Gestão de barragens no Tejo e no Douro está sob investigação

Agricultores portugueses estão a ser afetados pela baixa do caudal no Tejo

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O governo espanhol abriu investigação a gestão das barragens que operam nas bacias do Douro, Tejo e Miño-Sil para saber como estão a ser feitos os aproveitamentos hidroelétricos já que vários presidentes autárquicos da região de Zamora queixaram-se de uma exploração acima dos limites recomendados. Na barragem de Ricobayo, banhada pelo Douro e gerida pela Iberdrola, em apenas 4 meses passou de 95% a 11% de caudal, com os maiores esvaziamentos a aconteceram nos meses de Junho e Julho, que registou picos nos preços da eletricidade.

Na barragem de Valdecanas, em Cáceres, também houve uma grande retirada de agua. Esta é uma situação comum mas que ganha um novo impacto com as alterações climáticas e a seca que atinge toda a península Ibérica. O governo espanhol já avisou que os novos planos das bacias hidrográficas vão ser desenhadas para terem em consideração as alterações climáticas.

Esta e outras gestões das barragens vão ser investigadas para, segundo o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Morán, apurar se os limites das concessões foram ultrapassados e caso se comprovem as irregularidades, estas empresas podem ser sancionadas.

Baixo caudal do Tejo afeta a agricultura 

O baixo caudal do rio Tejo, que foi alvo de um aviso do movimento ProTEJO que pede a revisão da Convenção de Albufeira,está a afetar as culturas agrícolas entre Abrantes e Constância. Este alerta foi dado por Luís Damas, presidente da associação de agricultores do médio Tejo, que culpa o fraco caudal do rio, que neste ponto é controlado pela barragem de Alcântara (em Espanha), pelas elevadas perdas. Nesta área de 1.200 hectares as perdas rondam os 30 a 40%.

“Nos últimos 15 dias, a água tem sido uma desgraça. A barragem de Alcântara [Espanha] está com 44% da sua capacidade e não tem libertado nada”, disse Luís Damas a imprensa. O presidente da associação, que vincou que o Tejo parece um regato e que o calor e o vento sentido nos últimos dias apenas tem tornado a situação pior, reafirmou que o problema está na barragem gerida pela Iberdrola que controla estes caudais apenas olhando para a parte económica e não ecológica. Os agricultores portugueses querem um caudal mínimo diário e já denunciaram esta situação ao ministério da agricultura que respondeu que está a negociar com os seus congéneres espanhóis.

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