Governo espanhol pretende pedir ao português autorização para usar a água do Alqueva

Há dez anos que a barragem do Alqueva não estava tão cheia e a água que armazena é responsável por metade da água usada em todo o país para a agricultura e a indústria

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As alterações climáticas são cada vez mais preocupantes. Portugal apresenta duas realidades hídricas bem diferentes, com as albufeiras a norte quase cheias e as do sul peninsular, como é o caso da Extremadura, com níveis preocupantes. Com o problema da seca existente em várias regiões peninsulares, como é o caso do Algarve e da Extremadura, a água do Alqueva é vista como cada vez mais importante. Há dez anos que o Alqueva, uma das maiores barragens da Europa, não enchia. Estamos a apenas um metro de ficar totalmente cheia. A cota máxima é de 152 metros. 4150 hm3: é metade do que Portugal consome todos os anos na agricultura e na indústria.

Com um novo Governo em Portugal, e depois do primeiro encontro entre Montenegro e Sánchez, o Executivo de Madrid voltou a perguntar sobre a água do Alqueva. Já foi enviada, há quinze dias, uma carta onde foi formada de forma oficial este pedido. A ministra Maria da Graça Carvalho, responsável pelo ambiente, nega ter recebido esta carta mas admite que os dois Ministérios se vão reunir em breve para discutir este tema.

Segundo María José Rico, subdelegada do Governo em Huelva (na Andaluzia), “parece haver condições” para uma negociação. Os espanhóis pretendem captar esta água na confluência do rio Chança com o rio Guadiana, junto à linha de fronteira. A água tem sido retirada nas últimas duas décadas, mas o Governo espanhol pretende oficializar esta retirada da água proveniente do Alqueva. Este plano havia sido recusado, pelo lado espanhol, ainda em 2016. Em 2023, o governo português não aprovou as captações de água a partir da estação elevatória de Boca-Chança.

Em relação ao Algarve, que também enfrenta uma situação de seca, levar água do Alqueva para lá pode trazer um impacto ambiental. Este tema já está em discussão pública.

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