Num período em que se pretende reavivar as ligações ferroviárias por toda a Europa, Portugal nunca esteve tão longe dos seus parceiros continentais. Enquanto em outros locais a ferrovia está a apitar, em Portugal continua calada. A ferrovia é vista como o meio alternativo ideal para a aviação. No dia 2 de julho, pelas 18 horas, a companhia ecologista ATERRA organizou uma ação simbólica que reuniu 20 pessoas em Lisboa. Os presentes pediram, mais uma vez, o regresso dos comboios internacionais.
O ATERRA é um grupo que pretende a volta imediata do do Lusitânia (Lisboa – Madrid) e do Sud Expresso (Lisboa – Hendaye) e um serviço de reserva de bilhetes simples e uniformizado para Portugal, Espanha e França. Acompanhados com pijamas e almofadas de viagem, os participantes dançaram pela reposição dos comboios Lusitânia e Sud Expresso.
Ao mesmo tempo que este protesto aconteceu, em Madrid aconteceu um protesto semelhante em que a organização espanhola Ecologistas en Acción realizou, na Estação de Atocha, um flash mob. O coletivo frances Oui au Train de Nuit também esteve presente na Gare de Hendaye, localidade onde era habitual fazer o transbordo para Paris. Era a estas duas estações que chegavam os comboios que ligavam Portugal a Península Ibérica e ao resto da Europa. Lisboa é uma das poucas capitais europeias sem uma ligação internacional, algo que não acontecia desde as últimas duas guerras mundiais.
O Lusitânia e o Sud Expresso foram suspensos com a pandemia e não há data de retorno para os mesmos.