Guterres alertou na Conferencia do Clima para o perigo que enfrentamos devido às alterações climáticas

Primeiro-Ministro português falou sobre acordo conseguido com França e Espanha e a solução ibérica para controlar preço da energia

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No discurso que fez na Conferencia do Clima, que está a acontecer no Egito (Sharm el-Sheikh), o secretário-geral da ONU afirmou que «estamos numa autoestrada para o inferno» e que para nos salvarmos de um suicídio coletivo só existem dois caminhos a tomar. Uma solidariedade ou um fim trágico (alerta já feito em Lisboa). A população mundial vai chegar oficialmente aos 8 mil milhões de pessoas a 15 de novembro.

O dramatismo tomou conta do discurso de abertura da Cimeira que proferiu perante Sunak ou o recém-eleito Lula da Silva. António Guterres propôs um Pacto de Solidariedade Climática para acelerar transição energética. Este pacto também deveria mobilizar empresas e instituições financeiras. O português defendeu a taxação dos lucros das empresas de energia. António Costa também está presente na COP27 e defendeu que Portugal está em condições de antecipar neutralidade carbónica para 2045 (a meta inicial era 2050).

Estas novas metas resultam da Lei do Clima, já aprovada pela Assembleia da República. António Costa defendeu a aposta no hidrogénio e o fim das centrais a carvão (em Espanha voltaram ao ativo, ao contrário de Portugal). O objetivo de Portugal é, em 2026, ter 80% da energia consumida feita a partir de bases renováveis (atualmente está nos 60%). O primeiro-ministro também realçou o acordo para “um corredor verde” alcançado junto com Espanha e França.

Corredor verde ibérico visto como essencial

Este investimento é visto como essencial para deixar o continente europeu menos dependente dos combustíveis russos e mais verde. Um plano mais concreto para estas novas infraestruturas deverá ser apresentado a 15 de dezembro. A solução ibérica é vista como uma forma de regular o preço da eletricidade criada através do gás. Só que esta solução apenas pode ser aplicada se houver uma forte produção de energia através das renováveis.

O combate a seca e as novas energias fazem parte da agenda que António Costa levou para o Egito. «O facto de estarmos a acelerar toda a transição energética e de termos uma política sustentada de investimento no transporte público urbano e na ferrovia à escala nacional criam boas condições para que isso aconteça», disse o primeiro-ministro antes do discurso, que acontecerá na terça-feira de manhã.

O responsável pelo executivo português também avançou que se todos não fizerem um esforço não será possível alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris. A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27) decorrerá em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18. A COP27 está a acontecer quando o aumento do nível das águas do mar coloca as ilhas do Pacifico em perigo e a Península Ibérica está a enfrentar a pior seca dos últimos anos.

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