A presidente da Comunidade Autónoma de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, esteve presente num almoço com empresários e defendeu a ligação de alta velocidade entre as duas capitais ibéricas. É natural uma aliança entre as duas cidades no caminho da prosperidade. «Madrid e Lisboa são duas caras de uma mesma moeda», disse a responsável pela comunidade madrilena.
A relação com a Comunidade de Madrid é cada vez maior, tanto a nível empresarial (com várias empresas presentes em Lisboa) como turística. 35% dos turistas espanhóis que passeiam pelas ruas da cidade das sete colinas vem da meseta. Miguel Seco, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, reforçou a época excecional que Madrid vive a nível económico já que concentra os maiores investimentos do país. 60% das grandes empresas estão em Madrid e 12% das exportações da comunidade tem como destino final Portugal. Sobre as empresas espanholas, Díaz Ayuso olha para Portugal como uma boa porta de entrada para outros mercados, como é o caso do brasileiro. Em setembro haverá uma missão empresarial da Comunidade de Madrid com a Câmara de Comércio.
Madrid e Lisboa apresentam modos de vida bem semelhantes e que priorizam as suas pessoas e a vida. Grande conhecedora de Portugal, é uma apreciadora da obra de Lídia Jorge e das idiossincrasias lusitanas. Para a política, uma das caras do PP espanhol, é «conveniente ter maior conectividade, maior ligação por todos os tipos de transporte entre os dois países». O que seria muito bom não só para a liberdade de circulação dos transeuntes, mas também para um maior fluxo de trocas comerciais.
Também falou sobre a necessidade de ter ferramentas de intercâmbio linguístico para que os jovens consigam entender-se em espanhol e em português. Trezentos alunos de Madrid estudam a língua de Camões. Na capital portuguesa apresentou o «modelo de liberdade» que implementou em Madrid e onde não se atacam as empresas. Esta fiscalidade atrativa e que não persegue as grandes fortunas é bastante bem vista pelos empresários. A chave está numa baixa taxa fiscal e numa grande responsabilidade nos gastos públicos. Sem autonomia nada funciona. Madrid foi apresentada como uma cidade de oportunidades, alegre e prospera. Um local que garante que «o futuro está nas suas mãos».
Ayuso e Moedas protagonizam uma maior aproximação entre Madrid e Lisboa
Num momento de perguntas e respostas, Díaz Ayuso explicou que gerir uma comunidade (ou país) é um pouco diferente de uma empresa, mas é possível tirar alguns ensinamentos. No encontro, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, defendeu, como forma de reforçar os laços entre os dois países, mais políticas e uma maior criatividade.
A sua deslocação a cidade teve como objetivo estreitar laços e avançar no sentido de uma maior coesão económica, social e histórica entre Portugal e Espanha. A defesa das liberdades básicas e a histórias compartilhada aproximam, ainda mais, as duas cidades. Também lembrou que a península ibérica foi/é o epicentro de um movimento civilizador que levou os valores ocidentais e luso-espanhóis para outras latitudes durante vários séculos. Comentou que a nossa maior obra coletiva é a ibero-américa, mas por vezes esta encontra-se esquecida. O projeto europeu é visto como fundamental para o desenvolvimento. No discurso proferido reforçou que a política deve ser feita ouvindo os cidadãos e os tratando como adultos.
Na sua primeira visita oficial a Lisboa, mas não a Portugal, também se encontrou com Carlos Moedas. Esta visita faz parte da rota de promoção internacional da comunidade que tem vindo a realizar. Pois acredita que Madrid deve olhar para além do seu território. Ao lado do autarca lisboeta anunciou a criação de laboratórios da liberdade e um maior trabalho em conjunto na inovação ou na cultura. «Há muitas coisas que podemos fazer juntos», comentou a presidente da Comunidade Autónoma de Madrid. Ainda antes de chegar a câmara municipal, Isabel Díaz Ayuso já tinha demonstrado o seu apoio a Carlos Moedas.