Devido a seca extrema, a Andaluzia está a considerar a compra de água a Portugal, especialmente a da barragem do Alqueva. Esta oportunidade está a ser equacionada pela Junta da Andaluzia para combater, de alguma forma, a seca existente na região. Onde a seca já é estrutural.
Esta água serviria para dar de beber a população e manter o pujante setor agrícola. A água seria transportada até ao Porto de Huelva em quatro navios. Estes navios deverão ter uma capacidade para transportar 40 mil metros cúbicos de água potável ou 100 mil metros de “água bruta”, sem tratamentos químicos. Cada barco poderia abastecer uma população de 200 mil habitantes. Isto se o consumo fosse de 200 litros por dia por pessoa, embora em situação de seca o abastecimento possa vir a ser reduzido para 90 litros por habitante.
A compra será um complemento da estratégia “Seca Plus”. Este plano será colocado em prática nas zonas onde chove menos. A compra de água do Alqueva é vista como uma solução de último recurso. A compra deverá acontecer caso não chova suficientemente até ao próximo verão. O transporte de água por barco custaria até 10 milhões de euros por mês.
A chuva das últimas semanas e dos temporais que flagelaram a Península Ibérica no mês de Setembro revelaram que os recursos hídricos são diferentes em ambos os lados da fronteira. Portugal está um pouco melhor que Espanha mas os especialistas lembram que a água, mesmo a do Alqueva, não é eterna. A possibilidade de transportar água em barcos foi anunciada pelo presidente da Junta da Andaluzia, Juan Manuel Moreno.
A decisão de solicitar água a Portugal a partir da barragem do Alqueva, desta vez destinada ao consumo humano, vem na sequência de outro pedido das associações de agricultores de Huelva.
