La Porteña Tango regressam a Portugal com novo espetáculo

O grupo argentino atuará em Lagos, na próxima quinta-feira, e volta em novembro para um concerto em Bragança

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Quatro meses depois do último concerto em solo português, em Lagoa, o grupo argentino La Porteña Tango está de volta ao país com um espetáculo renovado. Já no próximo dia 13, o ensemble apresentará Tangos com História no Auditório Duval Pestana, em Lagos, rumando depois ao Teatro Municipal de Bragança no dia 9 de novembro. Ainda no próximo mês, seguirá por Espanha em várias datas: Nerja (5 de novembro), Almuñecar (dia 11), Aranjuez (dia 25) e Valladolid (dia 26).

Mas este regresso a Lagos tem um sabor especial, como conta o guitarrista e fundador do grupo, Alejandro Picciano, ao EL TRAPEZIO: “Em outubro de 2011, fomos atuar ao mesmo auditório onde vamos agora, em formato trio, e [o teatro] estava a abarrotar. Desse concerto fizemos umas gravações muito boas, que distribuí pelas pessoas que ia conhecendo, e isso foi um gatilho enorme para nós. Daí fizemos a nossa primeira digressão na Rússia e tocámos no Teatro Calderón, em Madrid”.

Com cédula de nascimento em Buenos Aires, os La Porteña Tango contam já com quase 15 anos de história. Tudo começou em 2008, com um encontro que lhes podia dar o estatuto de serem os ABBA argentinos: “Estava a tocar num bar com a minha namorada na altura quando o Federico [Peuvrel, pianista], que estava a viver em Itália, entrou nesse mesmo bar com a namorada dele”. Daí a surgir uma amizade entre os casais e uma banda não durou muito, e rapidamente descolaram do underground portenho para os teatros e centros culturais do mundo inteiro.

A formação, no entanto, foi sofrendo alterações ao longo do tempo. Em meados de 2013, o grupo passou a incorporar o bandoneonista e filho de Alejandro, Matias Picciano, que “entrou” com apenas 18 anos: “um verdadeiro fenómeno”. Mas o guitarrista também se orgulha de que, apesar das mudanças, o grupo segue ainda o formato “primitivo” e tem-se apresentado apenas com mulheres na voz.

Agora em Lagos, o objetivo é apresentar uma interpretação e um repertório já mais maduros. “Estamos mais crescidos, estranho seria mesmo se não tivéssemos aprendido nada durante este tempo todo”, diz Alejandro. “O espetáculo que vamos apresentar é um conjunto de canções e poesia, que compõem um certo relato histórico do tango, e num formato de trio instrumental que nos exige muito”.

Nas “mais de 50 vezes” que o grupo já pisou os palcos portugueses, Alejandro confessa que encontra sempre “bons teatros com boas equipas”. E um público que “conhece Piazzolla e os temas mais importantes do tango”, mas que também têm uma “sensibilidade muito parecida com a dos argentinos” na maneira de sentir este género. “Talvez por causa do fado, que faz [os portugueses] pensar mais na música e nas emoções e não tanto na visão folclórica da dança”.

Portanto não há dúvidas, para o guitarrista, que estes concertos em Portugal vão ser uma oportunidade para o grupo “reconectar” com o país depois de uma pandemia que os afastou. “Até ao concerto em Lagoa, o último concerto que tínhamos dado em Portugal foi há três anos, em Leiria. Por isso temos muita vontade de nos reencontrar com os portugueses – e lá os esperamos”.

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