Pela segunda vez na história, a Vuelta teve o seu arranque em Portugal. Tal como aconteceu já naquele longínquo Agosto de 1997, os participantes e espectadores da Vuelta tiveram um dia quente e repleto de emoções numa prova que volta, desta forma, a unir Portugal a Espanha (a final vai acontecer em Madrid a 8 de Setembro). O apoio na estrada foi bem presente apesar do vento que dificultou um pouco o trabalho dos ciclistas. O mais rápido fez o percurso de 12 KMS em menos de 13 minutos. O que perfaz 1 km por minuto.
Num momento em que em Portugal muito se fala sobre ciclismo, devido aos Jogos Olímpicos, a história e a tradição voltam a unir-se para uma edição da Vuelta que este ano será ibérica (o Governo português já demonstrou a sua vontade de voltar a receber a prova no próximo ano). Os organizadores pretendem que esta seja a melhor edição de sempre. Com pastéis de nata, a ponte 25 de Abril ou Cristiano Ronaldo a serem apontados pelos ciclistas como algumas das principais características de um país que também é feito de bicicletas, apesar das suas montanhas. A Vuelta não é só ciclismo pois funciona como uma «montra» para chamar mais turistas.
A primeira etapa portuguesa ligou Lisboa a Oeiras num contrarrelógi de 12 kms feito sempre junto ao Tejo e ao mar. Um percurso especialmente plano e feito para os especialistas no contrarrelógio. A marginal, habitualmente cheia de carros, neste dia recebeu alguns dos melhores ciclistas do mundo. Um cenário que é um dos cartões-de-visita da AML (Área Metropolitana de Lisboa). A chegada dos ciclistas aconteceu na praia da Torre, em Oeiras. Ao contrário da Volta a Portugal (que já aconteceu), a prova de ciclismo espanhola teve o seu arranque em Lisboa, ao lado de um dos pontos turísticos mais característicos de Portugal (a Torre de Belém).
Antes da largada deste «circo» (que conta com três portugueses, sendo um deles apontado como um dos possíveis vencedores), os ciclistas amadores tiveram a oportunidade de fazer o mesmo percurso que os profissionais enfrentaram e no fim foram presenteados por algo bem português, as pataniscas de bacalhau. João Almeida, Nelson Oliveira e Rui Costa são os três ciclistas portugueses que participam nesta edição da Vuelta. Após a primeira etapa, o melhor português é o João Almeida que está em décimo na geral.
Antes da largada oficial, na Praça do Império (em Belém) os paraquedistas aterraram ao lado do Mosteiro dos Jerónimos com as bandeiras de Portugal e de Espanha e uma esquadrilha de F-16 «rasgou» os céus para abençoar todos os participantes de uma das maiores competições de ciclismo do mundo. Transmitida para 190 países, as três etapas portuguesas da Vuelta são acompanhadas pela RTP. As outras duas etapas portuguesas unem Cascais-Ourem e Lousã-Castelo Branco. O vencedor da primeira etapa foi o americano Brandon McNult.