Mestre Manuel Cargaleiro foi um dos grandes nomes da cerâmica, no último século, no território europeu

O artista plástico morreu aos 97 anos e o seu óbito foi reagido por diferentes setores da sociedade portuguesa, incluindo o presidente da República

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Portugal acaba de perder um dos seus últimos mestres, Manuel Cargaleiro, que tinha 97 anos. Um dos nomes mais prestigiantes da história recente da arte em Portugal, ao lado de Paula Rego. A sua obra pode ser encontrada em jardins ou estações de metro. Estas peças, para além de estarem em espaços públicos, também podem ser vistas na Fundação e no Museu Cargaleiro (no Seixal). A sua obra foi fortemente inspirada no azulejo tradicional português. O azulejo é, de tal forma, representante da cultura portuguesa que está presente no kit secundário usado pela seleção portuguesa no Euro 2024.

Algumas das obras mais conhecidas do ceramista são a estação de metro do colégio militar/luz (lugar bem conhecido de todos aqueles que já foram ao estádio) e chegou-se a falar da coleção de uma escultura do mestre na praia onde um grupo de estudantes morreu no Meco (concelho de Sesimbra). As obras do mestre também podem ser encontradas no metro de Champs Elysées-Clémenceau. Onde existe um painel de azulejo com o nome «Paris-Lisbonne» e que demonstra o percurso feito por milhões que foram de um país para o outro. Sendo um homem do mundo, foi também um cidadão sensível às suas origens.

Era um mestre na cor e na geometria. A sua primeira exposição individual foi realizada em 1952, no Palácio da Foz (no centro da cidade de Lisboa). O artista viveu décadas em Paris mas nunca esqueceu Portugal, especialmente as cores da Beira Baixa, onde nasceu. Esta morte já foi lamentada pela Presidência da República. O Governo decretou luto nacional para dia do funeral de Manuel Cargaleiro. Durante a sua carreira, o Mestre Cargaleiro ganhou as maiores condecorações não só em Portugal mas também em França e em Itália.

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