O dia internacional da Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia foi assinalado em Portugal com o içar da bandeira do arco-íris em vários edifícios públicos, como é o caso dos Paços dos Concelhos de Lisboa e do Porto e do Palácio de São Bento. António Costa assumiu o compromisso de desenvolver políticas públicas contra a discriminação. O presidente a república pediu «tolerância zero em relação a qualquer modo de discriminação». Já o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, defendeu que «ninguém pode ser prejudicado pela sua orientação sexual».
Segundo a ILGA Europa, que avaliou 49 países, Portugal está em 9.º lugar no que toca ao apoio dado a comunidade LGBTI+. Esta lista é encabeçada por Malta e finalizada pela Polónia. Em comparação com outros locais, onde a homossexualidade é vista como um crime (como é o caso da Rússia), em território lusitano os ativistas não estão em risco, não há limites à liberdade de expressão e as associações de apoio trabalham sem qualquer tipo de obstrução do estado.
Os casais do mesmo sexo podem adoptar desde 2016 e este é considerado um dos destinos mais amigáveis para os gays. Mesmo assim, Portugal desceu alguns degraus do topo das nações que lideraram os direitos LGBTI+. Esta queda, já que no mapa anterior estava em 4°, aconteceu devido a um plano ativo de acção contra a discriminação. O Bloco de Esquerda quer criminalizar as práticas de reconversão da orientação sexual. De acordo com um estudo feito pela Universidade do Porto, mais de 80% dos jovens LGBTQ inquiridos ainda esconde dos professores a sua verdadeira identidade de género ou orientação sexual. Três em cada cinco alunos respondeu que nas aulas de educação sexual dadas no ensino obrigatório não se fala sobre a aceitação das minorias de género. Estes jovens são as vítimas preferênciais do bullying nas escolas.
Espanha, uma das nações mais abertas para a comunidade gay
Uma das nações referentes para a comunidade é Espanha, onde 90% da população reconhece e defende os direitos da comunidade. 12% da população espanhola identifica-se com outro género, o que situa Espanha como o terceiro país a nível mundial e o primeiro europeu com a maior população não heterosexual. 80% da população mundial identifica-se como heterossexual.
Espanha também caiu cinco pontos no ranking europeu dos direitos LGBTI. Se antes ocupava o 6° lugar, atualmente estão em 11°. Esta queda é vista como particularmente grave para as associações. O não reconhecimento das pessoas não-binárias e o asilo se pessoas por motivos de orientação sexual são algumas das situações apontadas por esta queda na tabela dos países europeus mais amigáveis.
A OMS não considera a homossexualidade uma doença.