Presidente da Junta da Extremadura visitou Portugal com a aposta no lítio na carteira de investimentos

Guillermo Fernández Vara lembrou o papel da Extremadura e como a região pode crescer graças ao porto de Sines

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Num pequeno-almoço com empresários no Hotel lisboeta Coríntia, inserido na viagem a Portugal, o presidente da Junta da Extremadura lembrou o papel da região que pretende ser uma ponte entre as duas nações e não só uma fronteira. O fato da Extremadura ser um elo de ligação entre os corredores do Mediterrâneo e do Atlântico, as ligações de alta velocidade (que tem como objetivo melhorar os tempos de resposta nas deslocações de pessoas e mercadorias) e o porto de Sines são alguns dos fatores referidos pelo presidente.

O objetivo é que dentro de dois anos a Extremadura esteja ligada a todos os portos ibéricos. Nas próximas semanas entrará em serviço um novo traçado ferroviário entre Plasencia e Badajoz e durante 2023 vai estar em funcionamento uma nova linha de comboios que vai ligar Évora a Badajoz. A ligação com Portugal é muito grande e existe uma vida conjunta. «Quando pensamos em nós temos que pensar de uma forma conjunta», sublinhou no seu discurso o presidente da Junta da Extremadura.

Para ele, é mais interessante falar sobre a Península Ibérica no geral e não só sobre Espanha. Este é um momento de muitas oportunidades que, em parte, serão impulsionadas pelos fundos europeus. «Os próximos anos vão ser muito importantes para a Europa no geral e para nós particularmente», acredita. Na Extremadura existem várias fábricas onde existem trabalhadores de ambos os países a trabalharem lado a lado.

Cáceres vai receber uma fábrica de baterias para carros elétricos. Os primeiros poderão começar já a ser produzidos em 2025. Esta fábrica será um projeto ibérico tal como o Laboratório de Nanotecnologia de Braga. «Juntos somos muito mais fortes e temos uma maior capacidade dando respostas conjuntas», sublinhou Fernández Vara.

Aposta conjunta na reindustrialização digital e soberania energética

Para o político, que está no poder desde 2015, é necessário apostar na reindustrialização digital, soberania energética e na agricultura. A articulação entre a Extremadura e Portugal é vista como essencial para o desenvolvimento pretendido por todos. Fernández Vara anunciou que Portugal e a Extremadura vão estudar uma proposta conjunta para o lítio, mineral bastante presente na região Oeste Ibérica. Este projeto vai ser discutido na próxima Cimeira, que vai acontecer em Braga.

Para além da riqueza mineral também foi lembrada a forte presença que as energias renováveis têm na Extremadura. Os seus parques solares acolhem atualmente 27% da energia solar fotovoltaica de Espanha. A busca por novas formas de energia e mais baratas é uma das questões que mais preocupa, mas não a única. A invasão da Ucrânia deixou em evidência a dependência que temos dos cereais, trigo e do girassol que vem de fora da península Ibérica. O presidente da Extremadura defendeu que Portugal e Espanha devem «pisar no acelerador».

No encontro, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, Guillermo Fernández Vara sublinhou a importância que Portugal tem na região que preside. «Esta década é para o nosso país e para a Europa a mais importante desde que nascemos», disse. Na viagem feita a Portugal, com um grupo de empresários, encontrou-se com o presidente da autarquia de Lisboa e com o primeiro-ministro.

A embaixadora Marta Betanzos Roig, também presente neste encontro, destacou que «Espanha é muito mais que Madrid». No pequeno-almoço foi defendida a importância da relocalização das cadeias de valores das empresas não só para Portugal ou Espanha, mas em especial para as comunidades do interior.

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