Proposta portuguesa pretende alertar a NATO para a necessidade de também se defender o flanco sul

África, onde também opera o grupo Wagner, é muito importante para as relações diplomáticas ibéricas

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Na Cimeira da NATO, que aconteceu em Vílnius, o primeiro-ministro português (o país é um dos fundadores desta organização) anunciou que vai ser acolhida a proposta lusa sobre o flanco sul. Esta proposta pretende alertar todos os membros para que se preste também atenção ao flanco sul não só o europeu (onde encontramos não só Portugal mas também a Espanha ou a Itália) mas, em especial, ao continente africano. Um continente que conta com a presença do grupo paramilitar Wagner em vários países, incluindo os lusófonos. Em Moçambique, onde fecharam o seu escritório antes da revolta contra Putin, lutaram, em Cabo Delgado, contra as revoltas jihadistas que grassam há vários anos naquela que é a região mais rica em recursos naturais em todo o país.

Em relação ao sul europeu, mais especificamente Portugal, o Governo de Costa olha para a ZEE lusa (uma das maiores do mundo) com muita preocupação. Para além de poder funcionar como uma porta de entrada para traficantes de droga vindos, especialmente, do continente americano (existem patrulhas constantes feitas pelas armadas de Portugal, Espanha e de Marrocos), também existe a preocupação com os cabos submarinos.

A costa portuguesa e as ligações com o mundo

A costa portuguesa recebe uma quantidade de cabos de comunicações que perfaz 15% do total mundial. Os cabos que passam por Portugal ligam a Europa aos continentes africanos e americanos. Desde que a guerra na Ucrânia começou tem sido vistos, regularmente, navios russos ao largo de Portugal. Segundo o vice-almirante Gouveia e Melo estes podem ser navios espiões que estarão a mapear as ligações dos países NATO para as sabotarem. Dimitri Medved, um dos principais políticos russos e muito próximo a Putin, chegou a usar a rede social Telegram para levantar esta possibilidade.

Neste momento todas as atenções estão viradas para o flanco leste da NATO, também conhecida como OTAN, devido a guerra que existe há mais de 500 dias na Ucrânia. Sánchez, que chegou a ser apontado como o próximo secretário-geral desta organização, anunciou em Vílnius o envio de tropas espanholas para Eslováquia e Roménia.

«É algo que nos preocupava bastante, insistimos bastante e está agora no comunicado final», disse aos jornalistas António Costa. Para além disto, nesta Cimeira, que contou com a participação de Zelensky, chegou-se ao acordo com a Turquia para a entrada da Suécia no grupo do Atlântico Norte. Para Stoltenberg, esta foi uma cimeira histórica.

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