A RTP vai correr os 1.214 quilómetros da Raia luso-espanhola com um conjunto de reportagens. Ao longo dos dias será possível conhecer recantos escondidos e esquecidos, sotaques, rios e pontes e populações que, apesar da fronteira estão unidos. Rios, como o Guadiana, sempre foram vistos como linhas divisórias mas hoje em dia são um ponto de aproximação. Isto acontece com peregrinações marítimas, festivais ribeirinhos e a possibilidade de atravessar de um país para o outro através de uma tirolesa. Cada vez mais as populações vivem em conjunto e apresentam pacotes turísticos partilhados.
A fronteira entre Portugal e Espanha tem 800 anos e é uma das mais antigas e pacíficas (pelo menos nos últimos anos) do mundo. A fronteira foi estabelecida graças aos tratados de Badajoz (que ajudou a estabelecer a presença portuguesa do reino do Algarve) e de Alcañizes. Ambos estão guardados na Torre do Tombo , onde estão parte dos tesouros portugueses e da memória europeia. O tratado de Alcañizes foi o que estabeleceu, no século XIII, a fronteira que todos conhecemos e que nestas reportagens vai ser percorrida pela equipa da estação pública. Que dê Caminhão ao Algarve vão correr uma rota que não irá só por terra mas também por água. Do Minho ao Guadiana, a história luso-espanhola também se conta através destes rios.
Numa altura que todos procuramos descansar junto ao mar, a fronteira apresenta um roteiro com muitas jóias para encontrar. Como é o caso das inúmeras fortalezas e castelos que existem ao longo da Raia, como é o caso de Noudar (construção feita perto de Barrancos e que ajudou a proteger o Alentejo no período da restauração da independência). Olivença foi uma das poucas mudanças que aconteceu na fronteira nos últimos 200 anos. Outro dos factos curiosos que podemos encontrar nesta viagem ao longo da fronteira é o Couto Misto. Este foi um microestado, junto a fronteira galega, que chegou a ter 1000 habitantes entre 1862 e 1864. Sabia disto?
Neste verão, conheça os encantos da Raia ao lado da RTP. Que continua a apostar na cooperação e em mostrar as nossas belezas, sem olhar para o sotaque das populações.
