Seca leva a redução de caudais nos rios ibéricos

Governos de Portugal e de Espanha chegaram a acordo para reduzir caudais

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Devido a seca que tem afetado a Península Ibérica, os governos de Portugal e de Espanha chegaram a um acordo para reduzir as descargas programadas para o Douro. As descargas vão ser reduzidas nas barragens de Salamanca e Zamora, onde existe produção hidrelétrica. Até ao fim deste mês, Espanha deveria fazer uma descarga de 400 hectómetros de água vindos da barragem de Almendra (a quarta maior do país).

O corte das descargas para o Douro é uma situação sem precedentes e a autarquia de Miranda do Douro exige uma rápida resolução para esta situação. Atualmente o caudal do Douro no lado português está a um nível superior do que o do lado espanhol. A diminuição dos caudais pode levar a uma quebra da produção hidroelétrica, aumento do preço da água (para ajudar a não desperdiçar) e a variados problemas ambientais.

Caudal baixo não impede a navegabilidade no Douro

A navegabilidade no Douro, um dos principais ex-libris da região, não deverá ser afetada pela redução do caudal. As dez principais barragens hidroelétricas portuguesas estão instaladas na bacia do Douro. Antes desta decisão governamental, um grupo de agricultores espanhol fez um abaixo-assinado para tentar travar esta descarga que deixava o mundo rural em causa. Em relação ao rio Tejo, o caudal não está afetado e está a um nível superior do habitual. Existem duas barragens, a sul do Tejo, que correm o risco de secar.

Depois de várias conversas, os governos assumiram que será impossível cumprir com os caudais mínimos que fazem parte da Convenção de Albufeira. Este documento, muito criticado já que os ambientalistas afirmam estar descontextualizado para a atual crise ambiental, regula a gestão e caudais dos rios partilhados. Segundo fontes do governo espanhol, à agência EFE, as negociações entre as duas nações ibéricas foram feitas «com lealdade e de forma solidária na atual situação de seca».

A principal preocupação das duas nações está no respeito pelo bom estado ecológico dos caudais dos rios. Os dois governos apresentaram uma declaração conjunta onde lembraram as reuniões mensais que tem sido feitas desde o início deste complicado ano hidrológico. Para superar esta situação comprometeram-se a reforçar a coordenação da gestão da água, melhorar diagnósticos, solucionar constrangimentos e realizar (no próximo trimestre) uma reunião a alto nível para planear o que fazer em relação a escassez de água que se abate sobre a Península Ibérica.

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