A situação em Moçambique continua a dar que falar mas não podemos esquecer a Venezuela. Onde ainda falta muita coisa. O embaixador de Portugal em Caracas, João Pedro Fins do Lago, pediu aos portugueses residentes no país «equidistância» em relação à crise política que agravou desde as últimas eleições. Desde estas eleições já 2.400 pessoas foram detidas, 27 mortas e 192 feridas. Segundo o TPI, a Venezuela está a perder o seu rumo. No G7, que se reuniu no Rio de Janeiro, reconheceu-se a vitória de Gonzalez, que está a viver em Espanha. Edmundo González e Maria Corina Machado são os vencedores do Prémio Sakharov de Direitos Humanos. Os dois premiados foram propostos pelas delegações portuguesa e espanhola do PPE (deste grupo faz parte o eurodeputado Sebastião Bugalho, da AD).
As declarações do embaixador foram prestadas na Casa Portuguesa de Arágua, em Maracay. Maduro afirma ter, mais uma vez, ganho o que é repudiado pela oposição. Também pediu à comunidade, de 500 mil (uma das maiores no continente), para se manter tranquila e sólida. Esta é uma comunidade bem integrada no país e vista como trabalhada mas desde que a situação piorou aue os luso-venezuelanas têm voltado aos locais de origem no território europeu. Estas declarações causaram desconforto não só na comunidade portuguesa mas também junto a lider da oposição, Maria Corina Machado. «O que significa ser equidistante, Sr. Embaixador? Ignorar que Maduro perdeu as eleições por mais de 40% dos votos e se recusou a publicar os resultados? Ignorar que 2.000 venezuelanos foram presos, entre eles 198 crianças e adolescentes?». A líder da oposição pede justiça para estes crimes que considera serem contra a humanidade.
Este desagrado foi expressado pelas redes sociais. Também lembrou a existência de asilados na embaixada da Argentina que está cercada, está sob proteção do Brasil. Existem vários comentários em português, na conta de Instagram de Machado, a lamentarem as declarações do embaixador português que nunca vê o seu nome diretamente referido.
Sobre as declarações do embaixador de Portugal em Caracas, o IL já pediu uma reunião com o ministro dos negócios estrangeiros, Paulo Rangel. Lamenta-se que o apoio do governo de Portugal a questão venezuelana não seja mais contundente. Portugal foi um dos países que assinou uma declaração pela democracia mas ainda não reconheceu a vitória nem de um lado nem do outro. Pede-se respeito pela vontade do povo.
