O Instituto Cervantes apresentou a sua programação para o mês de Fevereiro e um dos seus pontos altos foi a conversa, via zoom, com a correspondente da RTVE, Anna Bosch. Que é um dos rostos da televisão pública de Espanha, no que toca ao internacional, desde 1988. Foi a voz, em Espanha, de vários momentos impactantes.
Durante a conversa falou-se sobre a geopolítica e alguns dos grandes momentos da história das últimas décadas, como é o caso da chegada de Putin ao poder (já passaram 25 anos). A realidade russa, que está entre a Europa e a Ásia, é algo que Anna Bosch conhece bem. Acredita que caso haja um fim da guerra na Ucrânia a curto-prazo, e Trump já anunciou que pretende se reunir com Putin (Costa lembra que não pode haver paz sem a Europa), o país terá que entregar as terras ocupadas. O que poderia ser a Rússia ou a outra força internacional. Será que teremos paz em 2025 ou na Ucrânia (e o mundo) vai continuar a resistir? Não há nada como os maus momentos para ver os grandes líderes.
A história é cíclica, como lembrou, já que a atual situação em Gaza é muito parecida a que aconteceu na Tchetchênia. Lembrou que no jornalismo se vive no presente mas não podemos esquecer que estamos a viver momentos históricos que mudaram a «cena internacional», como aconteceu com a pandemia de COVID-19. O jornalismo é o «quarto poder» que ajuda os cidadãos a se informarem e terem uma voz e identidades únicas. Como «viajeira», reforçou o constante receio que as mulheres (só por serem mulheres) tem de estar sozinhas. Este medo é maior fora da Europa, onde existe um maior respeito pelas mulheres. O viajar como jornalista tem prós e contras mas tem como grande vantagem apresentar locais ou pessoas que de outra forma seria impossível conhecer.
A jornalista, de Barcelona, foi a protagonista da iniciativa «Vamos viajar juntos». Cada vez existem cada vez mais mulheres jornalistas, tanto como correspondentes de guerra mas também no desporto. «As leis de igualdade servem para algo!», disse mas ainda é necessário fazer muito mais para se chegar a uma igualdade. Não só no mundo laboral mas também na vida. «A chave para um bom jornalista é ser honesto», disse Anna Bosch.
Este foi o primeiro encontro de «Viagens» do ano de 2025. O diretor do Instituto Cervantes de Lisboa participou neste encontro, que teve a sua quinta edição, com uma grande participação (com alunos dos Institutos Cervantes de várias cidades).
