O projeto espanhol Olivares Vivos, que conta com financiamento europeu, vai ser reaplicado em Portugal. Neste momento, os olivais portugueses estão no momento da apanha e a expectativa é que este seja o melhor ano de produção. Pode-se chegar às 200 mil toneladas, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
O sucessor do LIFE Olivares Vivos vai ser implementado no Alentejo, Peloponeso e Creta e nas regiões italianas da Toscânia e Apúlia. De acordo com a SEO/Birdlife, os resultados anteriores comprovam que é possível poupar tanto nos fertilizantes como atrair um maior financiamento pelos seus serviços ambientais (exemplo, PAC). Estes valores foram alcançados em 20 propriedades na Andaluzia.
«O olival é o cultivo mais importante para a conservação da vida silvestre na Europa», referiu Asunción Ruiz, directora-executiva da SEO/Birdlife. Esta iniciativa, que pretende recuperar biodiversidade dos olivais e a sua rentabilidade, é coordenado pela Sociedade Espanhola de Ornitologia e em Portugal vai contar com a participação da Universidade de Évora. José M. Herrera, professor na instituição alentejana e coordenador em Portugal deste projeto, avançou que o principal objetivo é «desenvolver um certificado que garante o compromisso dos olivicultores com a conservação da biodiversidade». Os investigadores envolvidos no projeto Olivares Vivos pretendem contribuir para uma maior resiliência das agriculturas às alterações climáticas.
Para além da produção de azeite, a vinha, o amendoal e os pomares de citrinos podem ser recuperados. Estas são algumas das maiores produções mediterrânicas. A sua recuperação começará com a criação de uma rede de propriedades e formação específica para os agricultores.