Celta de Vigo em Portugal e as oportunidades que o Mundial 2030 traz

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Vamos aproveitar a pausa para as seleções para falar um pouco sobre futebol e sobre uma notícia vinda da Galiza. Alguns adeptos do Celta de Vigo, incluindo um conhecido jornal galego, realizaram uma sondagem para ver quantos estariam de acordo a uma transferência do Celta para o campeonato português. 90% das pessoas que responderam a este inquérito estariam dispostas a tal mudança.

Como aspectos positivos apresentam a proximidade geográfica e cultural com Portugal e melhores árbitros neste lado da fronteira (claramente não souberam da história do árbitro que teve que recorrer ao VAR usando um telemóvel que parecia saído dos anos 90). Um momento caricato que correu o mundo e demonstrou que existe muito trabalho que deve ser feito não só para receber o Mundial 2030 (tema que será abordado mais para a frente) mas também para desenvolver a Primeira Liga portuguesa.

A nível geográfico, jogar em Braga seria bem mais perto tanto para jogadores ou adeptos do que descer até Madrid. A nível cultural nem preciso dizer muito. Há uns tempos estava a fazer zapping e parei na TV da Galiza. Em Portugal é possível ver dois canais da TVE mais este no sinal de TV por cabo. Não me lembro do nome do programa mas tinha um estilo de rádio e parecia falar de desporto. Numa chamada que atenderam havia uma espectadora que estava na praia em Portugal mas estava a assistir ao programa pelo telemóvel. Esta proximidade é encantadora e pode crescer muito mais basta os governos quererem. As populações querem e muito!

Vamos ser sinceros a admitir que isto não vai acontecer (mesmo havendo uma equipa de hóquei no gelo portuguesa a jogar na liga espanhola) mas eu pessoalmente até acharia alguma graça. Seria mais uma equipa a juntar aquelas que estão baseadas na região norte. Sou daquelas que acha que deveria haver pelo menos uma equipa de cada região portuguesa presente na Primeira Liga. No Alentejo não há nenhuma!

Voltando ao Celta de Vigo e ao desejo de alguns adeptos verem a sua equipa neste lado da fronteira, não seria caso único de uma equipa de um país a jogar no vizinho. Quando se falava da independência da Catalunha, muitos olhavam para a Ligue 1 como a nova casa do Barça. Em Franca temos o Mónaco que é um estado próprio mas já viu a sua equipa ser campeã em França. Na Premiere League tivemos o galês Swansea (entretanto rebaixado) e temos outros exemplos em outros desportos. Na NBA temos os Toronto Raptors a representarem orgulhosamente o Canadá. Caso o Celta (que enquanto estou a escrever este artigo está em antepenúltimo na La Liga) viesse para a liga portuguesa tenho a certeza que seria uma equipa competitiva. Não a meto ao lado dos três grandes mas claramente ao lado de um Guimarães ou Braga. Aliás, tivemos um «cheirinho» daquilo que os rapazes de Vigo são capazes de fazer na última Taça do Algarve, onde jogaram com o Benfica e o Al-Nasser de Cristiano Ronaldo. Até fiquei bem impressionada com os nossos irmãos galegos.

Não acredito numa nova incorporação na liga portuguesa de futebol mas gostaria de ver uma taça ou Supertaça Ibérica de futebol, como temos no Raguebi. O actual torneio do Algarve, que acontece todos os verões, poderia tornar-se neste encontro de equipas ibéricas. Isto se a vontade não é criar algo totalmente de raiz.

Não sei se alguma vez expressei isto publicamente mas sou benfiquista desde pequena e numa visita ao museu do Benfica fiquei encantada com o formato das taças que existiam no início do século passado. O design era lindíssimo. Caso as diferentes ligas quisessem poderia-se fazer algo bem interessante juntando os campeões de Portugal, Espanha e da Andorra (porque não?). Acho que seria uma ideia mais cabível do que fazer algo maior, ao nível ibero-americano (ao estilo do antigo festival OTI). Aqui fica esta ideia ao cuidado dos responsáveis do futebol ibérico.

Agora passamos para Lisboa e para a Web Summit, que também conta com a presença do principal responsável da La Liga, Javier Tebas. Este acredita que o Mundial 2030, entretanto já atribuído ao território ibérico, poderá ser bastante benéfico para estes países a nível desportivo mas também para conseguir novas infraestruturas.

Eu antes achava que poderíamos ter um novo aeroporto e TGV para daqui a sete anos mas desde que a operação Influencer estourou que já não acredito em nada. Mas vamos pensar de forma positiva e talvez vejamos também novos estádios. Através da Inteligência Artificial apareceram as plantas de alguns dos principais estádios da Europa, como é o caso do da Luz, Dragão, Real de Madrid e do Barcelona. Os dois primeiros teriam um desenho ao estilo ninho da águia e caverna do dragão onde estes dois animais abraçariam os estádios em toda a sua largura. O do Real teria uma coroa num dos seus tipos e o do Barça ficaria perto da Sagrada Família. Não teremos estes estádios para 2030 mas a verdade é que ficariam bem giros.

Estaria de acordo com o Celta de Vigo na Liga de Portugal e acha que o Mundial 2030 será benéfico para a criação de novas infraestruturas?

 

Andreia Rodrigues

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