A CP vai, segundo um despacho emitido pelas finanças, gastar 19.6 milhões de euros no aluguer e serviços de 18 automotoras a Espanha. Estas automotoras diesel série 592 costumam prestar serviço em linhas férreas não eletrificadas. O aluguer de material no outro lado da fronteira acontece devido ao desinvestimento visível na ferrovia portuguesa. Caso o programa Ferrovia 2020 tivesse ficado concluído, a rede teria agora mais 268 quilómetros de vias eletrificadas.
A eletrificação é um passo necessário para que os comboios de Alta Velocidade possam andar pelas linhas portuguesas. Sobre a Alta Velocidade, os planos que pretendem ligar o Porto-Galiza ou Lisboa-Madrid fazem parte de um conjunto de projetos que terão apoio da Comissão Europeia. O prolongamento do aluguer destas automotoras a Renfe acontece devido ao atraso das eletrificações das linhas do Douro, Oeste e Algarve.
Não havendo previsões para a eletrificação da linha do Douro, nem estando concluídas as obras na linha do Oeste, o material vindo de Espanha deverá continuar a laborar por tempo indefinido. Assim que a linha do Algarve esteja eletrificada, não serão necessárias tantas automotoras. No Alentejo, as obras de eletrificação da linha férrea estão a acontecer a um bom ritmo.
O final das obras na linha algarvia está previsto para 2024. A CP prevê devolver duas automotoras nessa altura. A eletrificação da linha do Minho fez com que a CP devolve-se seis automotoras, que foram substituídas por material português recuperado. A chegada de novo material, em 2025, fará que seja acelerado o processo de devolução das UTD592 à empresa espanhola.