Francisca, longa-metragem de Manoel de Oliveira, vai estrear em Espanha no dia 28 de Janeiro. Quatro décadas após a sua produção, o filme do mestre do cinema português vai chegar às salas espanholas graças a distribuidora Atalante. O restauro de Francisca foi feito pela Cinemateca Portuguesa e foi exibido pela primeira vez em 2019 no Festival de Cinema de Veneza.
Esta película, que é uma adaptação do livro Fanny Owen de Agustina Bessa-Luís, fecha a «tetralogia dos amores frustrados» criada pelo realizador.Os outros filmes são: O passado e o presente (1972), Benilde ou a Virgem Mãe (1975) e o Amor de Perdição (1978). Realizado em 1981, este filme remete-nos para uma história verídica do século XIX e é produzido por Paulo Branco. A relação entre o realizador e a escritora não deu só origem a Francisca (Espelho mágico, de 2005, é um outro exemplo desta parceria) e na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, no Porto, está patente uma exposição sobre o trabalho feito por estas duas figuras da cultura portuguesa.
É, como pode ser lido na sinopse, uma «reflexão das suas duas principais personagens, José Augusto e Camilo Castelo Branco, sobre a vida e as mulheres, o amor, o fatalismo e a desgraça». Manoel de Oliveira morreu aos 106 anos, na cidade do Porto, e a sua carreira como realizador começou em 1931 com Douro, Faina Fluvial. Da sua filmografia também fazem parte: Aniki-Bobó, Non ou a Vã Glória de Mandar e Vale Abraão. Em 2002, Manoel de Oliveira recebeu o Prémio Mundial das Artes Valldigna, atribuído pelo Governo regional de Valência.