O PCP emitiu uma nota aos meios de comunicação onde anunciavam que o seu histórico líder, Jerónimo de Sousa, teria que ser operado de urgência. Esta cirurgia, uma estenose carotídea, vai afastar o dirigente do partido comunista até ao final da próxima semana. Os debates e as acções de campanha programadas pelo Partido Comunista Português continuam com a sua habitual agenda graças a João Oliveira e João Ferreira (candidato às últimas presidenciais). O partido comunista, ao lado do CDS e do BE, são os que prevêem gastar menos durante a campanha.
Tanto João Ferreira como João Oliveira integram a Comissão Política do Comité Central do PCP. Ao contrário do que é ouvido no PS, sobre quem será o substituto de António Costa, não se tem falado sobre o nome que vai suceder Jerónimo de Sousa no futuro. Após o 25 de Abril e a legalização do partido, o mais antigo do país, apenas Álvaro Cunhal, Carlos Carvalhas e Jerónimo tiveram as «rédeas» dos comunistas. Para além dos escolhidos para a substituição temporária na campanha, Bernardino Soares é outro dos nomes jovens que podem marcar o futuro do partido comunista.
Da esquerda a direita, sucedem-se os desejos de melhoras
A notícia do afastamento temporário de Jerónimo de Sousa tem sido amplamente noticiada. Todos os setores da vida política portuguesa têm desejado as rápidas melhoras para o dirigente comunista, que ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa são os dois políticos no ativo que foram responsáveis pela redacção da atual Constituição portuguesa. Com 74 anos, Sousa está a frente do PCP desde 2004. A falta do carismático político não será sentida, segundo os politólogos, devido a oleada máquina partidária e a frescura que João Oliveira e João Ferreira trazem. Esta escolha é vista por muitos como uma forma de cativar os mais jovens.
Rui Rio, com quem iria debater, falou ao telefone com o comunista, que demonstrou boa disposição. O secretário-geral do PS, António Costa, também desejou uma rápida recuperação ao antigo sindicalista. «É obviamente um momento triste para a campanha eleitoral, quando o líder de um partido importante, como é o líder do PCP, por razões de saúde, está impedido de prosseguir a campanha», declarou Costa.
As legislativas portuguesas vão acontecer a 30 de Janeiro e segundo as mais recentes sondagens o PCP será a quinta força política mais votada, com 5,3%. Se as eleições fossem hoje, o PS ganharia com 37%.