Mesmo não sendo o padroeiro oficial da cidade de Lisboa, este é São Vicente, o Santo António faz com que os lisboetas (e não só) não «preguem olho» e saiam a avenida para ver as marchas passarem e dançar e comer sardinhas assadas nos arraiais que existem em todos os bairros. Se o Santo António é lisboeta, o São João é do Porto e o São Pedro de localidades como Sintra. Estes santos são sinónimo de festa um pouco por onde se fala português.
As marchas populares, na Avenida da Liberdade, têm uma forte ligação com a Revista a Portuguesa e é uma competição entre bairros que pode ser comparada ao Carnaval do Rio de Janeiro. As marchas são transmitidas na televisão e são avaliadas em várias temáticas, desde as coreografias até às músicas, e no fim há um vencedor. Cada marcha tem uma música própria que retrata a vida nos bairros mas todas vão ter que cantar a música «A alma de Lisboa». Esta é caracterizada pela sua história, cultura, paisagens, arquitetura e o seu povo cada vez mais multicultural. O Santo António é o segundo padroeiro de Portugal, ficando apenas atrás da Nossa Senhora da Conceição (santa de devoção dos alentejanos e quem leva a coroa de Portugal desde a Restauração da Independência). É o patrono dos exércitos de Portugal e do Brasil e é coronel na cidade de Manatuto, em Timor-Leste.
As marchas costumam ser o espectáculo mais aguardado de Lisboa todos os anos. Para além das habituais marchas participantes, a festa na avenida começou com um grupo oriundo de Macau (antigo território português até ao fim da década de 90). As primeiras marchas populares aconteceram em 1932, patrocinadas por um meio de comunicação social mas existem registos que as remontam ao século XVIII mas não tinham carácter competitivo. O bairro com o maior número de vitórias é Alfama (bairro que tem na sua origem a ocupação islâmica da península ibérica).
O Santo António (que nasceu em Lisboa e morreu na cidade italiana de Pádua) é o primeiro dos três Santos que dão o nome ao período de festas que engloba quase todo o período veranil em Portugal. No Brasil, os Santos Populares têm o nome de Festa Junina e o Santo António (o seu dia é 13 de Junho mas as comemorações começam logo a 12), conhecido por ser casamenteiro, é o Dia dos Namorados. O Santo António costuma começar com casamentos (pelo civil e pelo reliogioso) na Sé Catedral. Para participar nos casamentos de Santo António, que são «abençoados» pela autarquia lisboeta, pelo menos um dos membros do casal tem que ser nascido na capital portuguesa. Estes casamentos costumam ser acompanhados de perto pela população da cidade.