O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma que apoia a protecção do barranquenho. Na nota apresentada no site da presidência é reforçada a importância das tradições e da cultura de Barrancos, que contribuem para o «enriquecimento» do país.
Este projeto criado pelo PS e pelo PCP, que foi aprovado por unanimidade na Assembleia da República, reconhece a importância deste dialeto que pode ser ensinado nas escolas e assim passado às novas gerações. As instituições públicas localizadas ou sediadas no concelho de Barrancos podem emitir os seus documentos acompanhados de uma versão em barranquenho. O projeto de lei reconhece o direito a cultivar e a promover o barranquenho e estabelece medidas para o proteger, promover e valorizar. Isto pode acontecer graças ao apoio científico, a promoção da constituição de centros de estudo e documentação e desenvolvendo uma convenção ortográfica própria.
Este dialeto, falando no concelho fronteiriço, reflete este posicionamento geográfico pois mistura tanto termos portugueses como espanhóis. Em Portugal existem duas línguas oficiais, o português e o mirandês (isto desde 1999), mas a língua gestual portuguesa, o crioulo e o barranquenho também são falados em território luso.
O etnólogo José Leite de Vasconcelos foi o primeiro a se debruçar sobre o barranquenho. Desde 1940, ano em que se publicou o livro Filologia Barranquenha, muito foi feito. O município barranquenho tem publicado obras sobre a sua identidade cultural e outros livros, nomeadamente destinados aos jovens. Para eles existe a obra Manolito o Bixarracu e o Cahtelu de Noudá, de Maria Eugénia Fernandes e Carlos Rico.