O movimento de cidadãos ProTejo ameaçou fazer queixa contra Portugal e Espanha pela «má gestão» do rio Tejo. O maior rio ibérico está em período devido a algas tóxicas, que deixam a água verde, e plantas invasoras que chegam de Espanha e colocam em causa a fauna local. O bloqueio na reprodução dos peixes, a alteração do curso do rio e a acumulação de sedimentos são alguns dos problemas.
Esta situação já tinha sido identificada pela Agência Portuguesa do Ambiente e segundo o movimento de cidadãos, Paulo Constantino, esta situação acontece porque os governos dos dois países estão «reféns» dos interesses económicos das hidroeléctricas. Outros atentados ambientais que colocam em causa a saúde do rio são os despejos ilegais das pecuárias.
O Bloco de Esquerda já questionou o ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, se estão a acontecer negociações com o governo espanhol para impedir a má gestão dos caudais do rio. Num seminário promovido pelo pro Tejo, o presidente da Câmara da Barquinha sublinhou a intenção de tornar o rio Tejo património da humanidade. Também presente esteve a secretária de Estado do Ambiente Inês do Santos Costa admitiu que é «preciso mais» em relação ao Tejo mas o acompanhamento é permanente e o problema do rio «sistémico».
Para a secretária, «não nos podemos queixar que de Espanha nem bom vento nem bom casamento e depois não tratar da nossa casa». Para todos os envolvidos, a classificação do rio Tejo como Património da Humanidade poderia trazer um maior controlo sobre a qualidade da água.