Na vila de Cabrela, o fado flamenco e o cante alentejano cruzaram-se em palco para a primeira edição que pretende homenagear as expressões musicais ibéricas que são Património Imaterial da Humanidade. Um diálogo ibérico, as raízes de dois povos, que também acontece ao som da música. Este evento pretende aumentar a oferta cultural num território (o da raia) cada vez mais vazio. Esta vila, que chegou a ter várias cabras selvagens, é bastante conhecida pelo seu artesanato tanto em madeira como em palha.
Pelo Alentejo World Heritage Festival, que aconteceu de 25 a 27 de Agosto, passaram nomes como o da fadista Sara Correia, o cantador Luís Trigacheiro (que actuou para o Papa Francisco na JMJ de Lisboa) ou Duquende (um dos cantores de flamenco mais conceituados). O ponto alto deste festival aconteceu no dia 26 quando decorreu o concerto “Cante Alentejano, Fado e Flamenco numa seara alentejana” que juntou aos trêsnomes já referidos a companhia Barcelona Flamenco Ballet, Os Músicos do Tejo ou Coro Participativo de Cante de Cabrela.
Cada um dos dias foi dedicado a um estilo musical. No dia 25, os habitantes da aldeia foram convidados a juntar-se aos cantores locais de Cante Alentejano numa serenata no largo. Já a 26, foi a vez de o fado tomar conta do Largo Pascoal Coelho. O último dia deste festival terminou com um Workshop de flamenco com os guitarristas e bailarinos da companhia Barcelona Flamenco Ballet. Os guitarristas e os cantores desta companhia foram os responsáveis pela missa flamenca que encerrou este festival.