Com 10,28 milhões de habitantes, o representa pouco mais de 2% da população da União Europeia, Portugal é o maior produtor continental de bicicletas. Mesmo com o travão da pandemia, que fez com que fossem produzidos menos meio milhão de unidades (um total de 2,6 milhões) comparando com o ano recorde de 2019, as exportações portuguesas aumentaram 6,25%, dando um lucro de 425 milhões.
Estes valores exprimem outro bom ano e fazem com que Portugal continue na frente do pelotão europeu, que em 2020 produziu 12,16 milhões de veículos com duas rodas. Itália é o segundo maior produtor, a Alemanha fica no terceiro posto e Espanha está no 11° lugar no número de bicicletas produzidas (186.059 unidades). Mesmo assim, quer em bicicletas convencionais como nas elétricas, as importações de veículos continuam a ser maiores que as exportações.
Este sector, que segundo dados da Associação Nacional da Indústria de Duas Rodas emprega 7800 trabalhadores, produz cada vez mais para exportar e em cada 10 bicicletas produzidas, 9 são vendidas para os mercados espanhóis, francês e alemão. Mesmo não sendo casa das mais provas de ciclismo do planeta (a Volta a Portugal foi criada em 1927, 8 anos antes da La Vuelta), o norte e o centro de Portugal reúnem um pouco mais de meia centena de fabricantes e, em Vila Nova de Gaia, está localizada a maior montadora de bicicletas da Europa que só para a marca desportiva Decathlon fez 1,3 milhões de unidades.
Portugal sempre ao pedal!
A procura de bicicletas está a crescer em Portugal, especialmente os velocípedes eléctricos que recebem apoios, tanto do estado como da CML, na sua aquisição. Esta vontade de andar de bicicleta, que para além de ser mais saudável é um transporte sustentável, está a ser acompanhada pela rede que já tem 1.776 quilómetros que são divididos entre ciclovias (são 323), ecovias, ecopistas e outros percursos cicloturísticos. Em Lisboa, que mesmo sendo conhecida como a «cidade das sete colinas» tem 73% das suas ruas planas e como tal possíveis de circular em bicicleta, é possível fazer o percurso do Parque das Nações até a Torre de Belém. Esta ciclovia, que tem 16 quilómetros, apresenta as vistas únicas que só o Tejo pode dar.