Espanha, Portugal e a Amazônia

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A Amazônia sempre despertou a curiosidade de portugueses e espanhóis, que marcaram presença na região desde a sua colonização. No sec. XV parte da Amazônia era legitimo território espanhol, em razão da divisão realizada no tratado de Tordesilhas, pertencia a Espanha o que hoje são os estados do Amazonas e Pará e a Portugal um pedaço de terra à foz do Rio Madeira.

Vale lembrar também, que o mérito da descoberta foi atribuído aos espanhóis, com expedição de Alonso Mercadillo, em 1538, primeira tentativa de adentrar no interior da Amazônia brasileira.

O navegador também espanhol, Sebastián Benalcázar, foi informado por um indígena sobre o aparecimento de um homem coberto de ouro, um hombre dorado ou el dorado. A notícia correu rapidamente, originando o mito do el dorado. 

Na imaginação dos aventureiros seria um lugar onde haveria muito ouro e gemas. Porém, esse lugar nunca foi encontrado na Amazônia espanhola, o que progressivamente alcançou a Amazônia Brasileira.

Com o objetivo de encontrar a verdade sobre o mito, em 1541, a expedição de Gonzalo Pizarro e Francisco de Orellana partiu de Quito no Equador para o leste. Chegando em terras brasileiras e não encontraram esse lugar, mas deixaram um legado, que é o nome Amazonas.

Diz a história que Francisco de Orellana ao desbravar a selva, se deparou com uma tribo de índias guerreiras que as associou às Amazonas, da mitologia grega. Nomeando da mesma forma o rio, que se transmitiu à região e, depois, ao maior estado do Brasil.

O mito perdurou até meados do sec. XVII, quando já haviam sido descobertas minas de ouro e gemas diversas do Brasil. Nesse período, sabe-se que grandes quantidades de ouro e outros minerais foram encontrados nesta terra, porém uma de nossas maiores vantagens, sem dúvidas é possuir, ainda hoje inúmeras riquezas naturais.

Nesse sentido, falando ainda na região amazônica, importante destacar um dos estados mais ricos do país, no que se refere a belezas naturais, arquitetura, cultura, povo e gastronomia: o Pará.

Se o Brasil tem dimensões continentais, o estado do Pará tem o tamanho de vários países da Europa, sendo que 26% do território total da floresta amazônica se encontra neste estado.

Sua capital Belém é a porta de entrada para a Amazônia. Combina a magia da floresta, já que mesmo dentro da cidade é possível visitar áreas de preservação da mata nativa, sem abrir mão de todas as comodidades de uma grande metrópole.

Belém fica às margens do rio Guamá e é composta por um arquipélago de 39 ilhas que correspondem a 65% do território da capital paraense. Os rios tem grande importância para os moradores de Belém, que o utilizam para passeio, transporte, e até mesmo para seu sustento.

Inclusive o povoamento da capital paraense se originou a partir da margem direita da foz do rio Guamá, no ponto em que deságua na baía do Guajará. Ali foi construído estrategicamente o Forte do Presépio para proteger a cidade dos invasores.

Nos edifícios da cidade nota-se claramente as influências da época de colonização portuguesa: antigas construções, palacetes unidos ao estilo da Belle Époque.  Esse último período (séc. 20), ciclo da borracha foi de extrema importância no desenvolvimento da cidade.

O município recebeu inúmeros recursos financeiros que influenciaram também em sua arquitetura. Belém, passou a abrigar inúmeras preciosidades históricas e arquitetônicas como a Catedral da Sé, a igreja de Nossa Senhora de Nazaré, Igreja do Carmo, o Teatro da Paz e a entre outras.

Um dos edifícios mais representativos da Belle Époque Teatro da Paz, o maior teatro da região norte e um dos mais luxuosos do país.

Representado a cultura indígena, vale destacar o Mercado do Ver o Peso, local onde é possível encontrar o genuíno e autêntico sabor da floresta, com uma grande variedade de raízes, folhas, ervas, peixes e aves da região. 

A culinária paraense é rica e diversificada, considerada uma das mais criativas do Brasil, mistura a cultura indígena com influências portuguesas e africanas. A maior parte dos alimentos tradicionais e pratos típicos da região têm origem em palavras de línguas indígenas como o tacacá, o tucupi, o jambu, a tapioca, o açaí e tantos outros.

O lugar perfeito para degustar as maravilhas da culinária paraense, enquanto observa o movimento do rio, é a estação das docas, complexo turístico que que surgiu após a revitalização do antigo porto de Belém do Pará.

Como paraense, e residente na Espanha posso assegurar que as conexões culturais que nos unem são muitas. Começando pelo idioma, passando pela personalidade comunicativa e aberta. Os ibéricos serão bem recebidos em todo o Brasil, especialmente em minha terra amazônica. Todos são muito bem-vindos, seja a turismo, para negócios, trabalhar, para apaixonar-se, para viver…

 

Lorena Luciana Santos 

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