PS celebra cinco décadas de história com os olhos postos no futuro

Pedro Sánchez estará com António Costa no Porto na tarde de domingo

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O Partido Socialista sopra cinquenta velas no poder com uma maioria absoluta (nove vezes a força mais votada). O PS foi criado na Alemanha, um ano antes da Revolução dos Cravos, pelo casal Mário Soares e Maria Barroso. Este congresso aconteceu a 19 de abril de 1973, na cidade alemã de Bad Münstereifel. Um grupo de 27 personalidades exiladas que votaram na criação deste partido de centro-esquerda que há poucos anos criou em território europeu o vocábulo “geringonça”. O PS foi o partido que ganhou as primeiras eleições feitas em democracia, em 1975.

Devido a ter aparecido na Alemanha, um dos convidados para o jantar comemorativo (que vai juntar todos os antigos líderes socialistas, exceção para José Sócrates) é o chanceler Olaf Scholz. O concorrido jantar decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. Neste jantar, onde estiveram presentes mais de dois mil convidados, discursaram Scholz, González e Costa. O secretário-geral socialista considerou que o PS deve celebrar os seus 50 anos de existência com os olhos no futuro.

Felipe González, um dos nomes maiores do socialismo-democrático, também veio ajudar a cortar o bolo de aniversário, já que ao lado de Mário Soares ajudaram a que as duas nações ibéricas dessem uma entrada conjunta no grupo europeu. Alias, Espanha prepara-se para assumir a presidência rotativa do grupo europeu. González, devido a sua grande proximidade com Soares, assistiu de perto ao “processo de fundação na clandestinidade e de afirmação política do PS a seguir ao 25 de Abril de 1974”.

A ligação de amizade que Mário Soares e Felipe González, que marcou presença no funeral do português, tiveram marcou a vida dos dois países e assemelha-se ao que atualmente vemos com os também socialistas António Costa e Pedro Sánchez. O dia de aniversário começou com uma ida de António Costa e da cúpula dura socialista ao cemitério para colocar flores e lembrar o legado do casal que começou este partido, que não é o mesmo de 1973, mas que mesmo assim transmitiram vários aspetos da sua personalidade para a atuação do PS. Um dos poucos partidos de esquerda, em conjunto com o PSOE, que tem conseguido manter a sua hegemonia a nível europeu.

PS, um dos partidos que lutou pela liberdade em Portugal

O grupo político tem uma atuação marcada pelo pluralismo, luta pela liberdade e defesa da democracia. Costa acredita que Mário Soares “tinham um enorme e ilimitado amor pela liberdade”. Na sede do PS, no Largo do Rato (bem próximo da Assembleia da República), foi inaugurada uma exposição de cartazes que relembram meio século de uma história política que se confunde com o próprio país. Uma história com muitas luzes, mas também sombras.

Este é um partido que tem 50 anos e passou metade deste tempo no poder. O programa de comemorações dos 50 anos da fundação do PS vai estender-se até 07 de dezembro de 2024, quando se assinalar o centenário do nascimento do primeiro líder, Mário Soares. Estas celebrações também se vão estender até ao Pavilhão Rosa Mota, no Porto, por onde vai passar o histórico Manuel Alegre e o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez. Estes vão discursar na tarde de domingo.

O PS ajudou a moldar a democracia portuguesa, que, segundo o presidente da república, se fosse um aluno universitário teria uma nota entre os 14 e os 17 valores. Ao longo de cinco décadas, o PS teve 8 líderes. Jorge Sampaio e o atual secretário-geral da ONU, António Guterres, foram dois dos nomes mais sonantes desta longa história repleta de presidentes autárquicos, da república e primeiros-ministros. Ex-governantes e dirigentes do PS arrasam liderança de Costa e falam de “nepotismo” do atual PM. A “guerra” pela futura sucessão de António Costa no PS irá marcar o futuro do partido.

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