O Palácio Fronteira, que pertenceu aos Marqueses de Alorna, é uma das jóias de arquitetura escondidas da cidade de Lisboa e é monumento nacional desde 1982. Um dos membros mais conhecidos desta família foi a quarta marquesa de Alorna, Dona Leonor de Almeida Portugal, também conhecida como Alcipe. Os Távora, família a qual pertencia, foi perseguida pela monarquia e os seus pais foram dos poucos Távora, que era a família mais poderosa do reino, que sobreviveu e ainda hoje em dia existe.
A escritora foi amiga de Bocage e professora da Dona Carlota Joaquina quando esta chegou ao reino. A Marquesa, que esteve envolvida na criação do prato que conhecemos como Strogonoff (foi criado pelo seu genro), viveu neste palácio até a sua morte. Por este palácio, com um belo cenário, também passou um dos maiores escritores de Portugal, Alexandre Herculano. Perto deste palácio, mais precisamente na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em São Domingos de Benfica, está sepultado o Frei Luís de Sousa imortalizado por Almeida Garrett (outro dos grandes da literatura portuguesa).
Este palácio sobreviveu ao destruidor terramoto de 1755 quase sem danos. Algo que não podemos dizer da maioria dos edifícios deste período.Todos os anos, trinta mil visitantes estrangeiros, de mais de sessenta países visitam o Palácio Fronteira. Que todos os dias recebem visitas guiadas. Palácio com belos jardins que ficam perto de Monsanto. Os Alorno e os Távora têm uma história que se mistura com a de Portugal. Este palácio tem uma coleção única de azulejos datados do século XVII e um mobiliário indo-português que lembra a presença lusa nas zonas mais orientais do mundo.
Da coleção de arte existente neste palácio também há um retrato da autoria de El Greco que retrata Dom Lopo de Almeida, que na altura da união das duas coroas era alcaide de Alcobaça. Que foi antepassado da já referida Marquesa de Alorna.Todas as dinastias portuguesas, tirando a dos Filipes, estão representadas neste palácio. Que celebra a vitória na guerra da Restauração da independência. O seu primeiro dono, Dom João de Mascarenhas, foi um dos heróis das batalhas pela Restauração.