Para acelerar a produção de vacinas na Europa e conseguir alcançar o objectivo de 70% da população europeia vacinada até ao dia 14 de Julho, a Comissão está a procurar empresas nos diferentes países que possam participar neste esforço. O comissário Thierry Breton já identificou 52 fábricas na União Europeia que são capazes de fornecer tudo o que é preciso para produzir mais vacinas e criar doses pensando já no Outono e das novas variantes da Covid-19. No 2° trimestre o território vai receber mais de 360 milhões de doses. Actualmente, 18.2 milhões de adultos europeus (numa população de quase 400 milhões) já foram vacinados.
«Temos 52 fábricas que trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana na Europa para produzir», sublinhou o comissário Breton que mesmo com a Europa a viver uma terceira vaga acredita que possamos estar «a ver uma luz ao fundo do túnel». Com este esforço poderão ser produzidas, até ao fim do segundo trimestre, as 420 milhões de doses necessárias para vacinar a população europeia.
Em Portugal, o ministro da economia, Siza Vieira, já escolheu 11 empresas que irão participar num evento pan-europeu para expandir as capacidades de produção de vacinas e conectar os produtores a prestadores de serviços. A vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta do digital e da concorrência, Margrethe Vestager, acredita que este encontro, que juntou 300 empresas de 25 países diferentes, «a cooperação para combinar recursos complementares e aumentar a capacidade de vacinação pode ser decisiva para acelerar a vacinação dos cidadãos europeus».
Ainda não se sabe a identidade de nenhuma das outras empresas mas Siza Vieira referiu a futura fábrica de vacinas que a espanhola Zendal está a construir em Paredes de Coura. O plano de vacinação em território luso pretende vacinar 100 mil pessoas por dia a partir de Abril, já que nesse período vai receber 1.8 milhões de novas doses. A vacinação de 62 mil pessoas (professores e funcionários escolares) no último fim-de-semana foi a prova de fogo para realizar este novo desejo.
Guterres pede que as vacinas sejam bem público mundial
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, numa entrevista ao canal canadiano CBS, criticou o armazenamento que os países ricos estão a fazer das vacinas enquanto a COVAX (que administra as vacinas aos países mais pobres) está a passar por sérios problemas. Guterres defendeu que as vacinas devem ser consideradas um bem público mundial e que só com uma vacinação global é que se poderá falar do fim da pandemia e de uma retoma.