Desde pensar no Iberismo até o fazermos nós próprios (III)

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Dá você o seu consentimento para que se crie uma Comissão de Especialistas, de todas as disciplinas do conhecimento, designadas pelo presidente da república portuguesa e pelo rei de Espanha, que chefiariam conjuntamente este grupo cuja missão seria elaborar um pré-acordo para uma maior união entre os dois países?

Em situações de excepção, há momentos de reflexão.

A primeira percepção que portugueses e espanhóis tiveram destes anos de maior conhecimento mútuo foi de surpresa e admiração. A oeste de Raia e a leste observamos valores que estavam ocultos por séculos. Agora os nossos pensamentos não são tão diferentes e as nossas opiniões um sobre o outro mudaram para melhor.

Estes novos tempos não serão fácies e os novos desafios nos forçarão a fazer novas perguntas. A partir dessas perguntas um novo sentimento surgirá em português e espanhol, o espanto. Surpreender-nos-emos por estarmos distantes por tanto tempo em favor de outros países e espantados que a necessidade nos compele a uma colaboração essencial e urgente.

O espanto e a pergunta são a base do conhecimento, da reflexão, da busca e da realidade.

Portanto, se os portugueses e os espanhóis aprenderam alguma coisa, vamos começar a questionar. O famoso cardeal Newman, um teólogo que renovou a crença na fé cristã, disse que não estava procurando pensadores mas sim pessoas em busca de fé. Nós também procuramos bons pensadores e buscadores objectivos da realidade ibérica.

Por isso, propomos que quando seja evidente através de questionários e sondagens sérias que há uma maioria de espanhóis e portugueses desejem a união num processo de conscientização sério e profundo. Os ministérios dos negócios estrangeiros de Portugal e de Espanha, deveriam submeter a um referendo os dois países em relação a pergunta que fizemos no início.

A pergunta seria deste género: Caso esteja informado de que em várias pesquisas (mencionar a origem) mais de 60% dos espanhóis e portugueses se manifestaram a favor da união entre os dois países, responda à seguinte pergunta: Você concordaria com a criação de uma Comissão …?

Se o resultado do referendo for semelhante ao das pesquisas, a Comissão de Peritos deverá ser formada imediatamente.

Por que defendemos a bicefalia dos dois Chefes de Estado, se eles concordaram? Porque seria mais neutro. O que a união ibérica precisa menos no começo é uma luta entre ideologias para reforçar suas próprias convicções. Haverá tempo para todos defenderem as suas posições após a aprovação da Constituição Ibérica.

A Comissão a criar deveria ter no mínimo 50 membros (25-25) conhecedores de matérias tão diversas como a agricultura, pesca, transporte, ciência e tecnologia, turismo, comércio, comunicações, exército, história, arte, ecologia, negócios estrangeiros, etc.

As conclusões alcançadas deveriam chegar até ao local mais recôndito da península.

O facto de o presidente de Portugal e o rei de Espanha presidirem a esta Comissão não deve levar a nenhum compromisso de futuro pois será o povo ibérico que vai definir na nova constituição a sua forma de governo.

No entanto, qualquer que seja a decisão, a fim de evitar lutas sem sentido e garantir que toda a história da Espanha e Portugal seja representada no novo estado, a nova forma de governo escolhida pelo povo deve ser reconhecida na Constituição como o representante histórico do passado destes dois países o como embaixador permanente da Ibéria em todas nações.

Qualquer união que tente ser impulsionada por ideologias concretas tenderá a se dividir e a levar a uma insatisfação e a um confronto, no presente ou no futuro, que pode levar a extinção pelo consumo do Projecto Ibérico.