O grupo municipal socialista e o governo municipal da Câmara Municipal de Lisboa recusaram o conteúdo da moção, aprovada pela Assembleia Municipal de Lisboa, sobre a “suposta repressão das autoridades espanholas na Catalunha, e de um pedido de libertação do que designam como “presos políticos”, dado que “apenas as decisões tomadas em sede de reunião de vereadores vinculam a Câmara Municipal de Lisboa”. Portanto, “nenhuma deliberação foi tomada, ou será aprovada, com esse teor”, afirma o governo municipal em um comunicado.
A posição da Câmara Municipal de Lisboa a este respeito é “inequívoca: total respeito pela soberania do estado espanhol, da sua Constituição, das suas leis e do funcionamento das suas instituições”.
A condenação foi disseminada pela mídia independentista e provocou a reação do PSOE pedindo explicações ao Partido Socialista português. O Grupo Municipal Socialista de Lisboa respondeu afirmando que “o Partido Socialista reconhece Espanha como um Estado de direito soberano, livre e democrático”. E acredita que a “situação da Catalunha deve ser sempre considerada no quadro do respeito pela Constituição e pelas leis espanholas”. “A situação catalã deve merecer uma solução política, à luz de um Estado de Direito”. Acrescenta que “condena qualquer ato de violência”.
A declaração do Partido Socialista também afirma que “não se revê nas sucessivas tentativas de associar ou comparar o Estado Espanhol a um regime autoritário” porque “não houve até ao momento medidas repressivas nem tão pouco uma deriva autoritária das autoridades espanholas”. Por fim, respeita “a autonomia e independência da justiça, enquanto pilar fundamental do Estado de Direito”.
A moção de condenação, apresentada pelo Partido Comunista, foi aprovada com os votos do Bloco de Esquerdas e do Partido Socialista.