Camões: “Magalhães é português por façanha, não por lealdade”

A catedrática Postigo Aldeamil cita Os Lusíadas, acrescentando mais elementos à famosa controvérsia sobre a nacionalidade do ibérico Magalhães

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María Josefa Postigo Aldeamil, catedrática de filologia galega e portuguesa na Universidade Complutense de Madrid, proferiu a palestra inaugural, intitulada Navegações, Magalhães e Os Lusíadas, do II Fórum Internacional da Língua Portuguesaque acontece em Madrid até sexta-feira.

Postigo Aldeamil, que acaba de se reformar, explicou o nexo entre Magalhães e Camées, bem como expôs algumas das chaves para a primeira circum-navegação do mundo. Mencionou como, quando o imperador Carlos casou-se com Isabel de Portugal em 1526, facilitou a assinatura do Tratado de Saragoça, pelo qual a Espanha cedeu as ilhas das especiarias a Portugal.

A professora Postigo afirmou que a decisão de Elcano de dar a volta ao mundo, a transgredir o Tratado de Tordesillas, deveu-se a uma circunstância mais mundana como a de que, uma vez que chegaram à Ásia, não queriam enfrentar novamente, no retorno à Península, a imensidão do Oceano Pacífico e a “dificuldade de encontrar comida” ao longo dessa rota.

A professora citou Os Lusíadas, onde Camões menciona a “agravo” de Magalhães com o rei português por não lhe dar uma pensão para uma casa. E mais tarde, Camões vai alegar que Magalhães é português pela façanha, mas não é português pela lealdade. Literalmente em Os Lusíadas diz:

O Magalhães, no feito, com verdade,
Português, porém não na lealdade

Pode consultar o programa do fórum em seu site.

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