De la Macorra defende um Conselho Ibérico entre Espanha, Portugal e Andorra

O livro "Convergência Ibérica" apresentou-se com ânimo no "resgate de um iberismo do século XXI"

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O professor da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais, Luís Fernando de la Macorra, apresentou nesta quarta-feira, dia 4 de Março, o livro “Convergência Ibérica: Quo Vadis Iberia?”, coordenado pelo economista da Universidade da Estremadura (UEx) e que reúne especialistas em diferentes campos académicos e que apresentam uma perspectiva ibérica comum.

A criação de um Conselho Ibérico, formado por Espanha, Portugal e Andorra, para favorecer o crescimento económico e social destes países. Esta é uma das finalidades que busca o iberismo do século XXI, uma tendência que é reflectida neste livro colectivo.

Este Conselho Ibérico seria colocado num nível intermediário entre a União Europeia e os três países, o que permitiria “maior coordenação e harmonização do próprio território, bem como a criação de um espaço económico muito mais amplo”, disse o coordenador da publicação à EFE, o professor de Ciências Económicas da Universidade da Estremadura (Uex), Luis Fernando de la Macorra.

Esta amplitude de espaço e de mercado seria impulsionada por um “paniberismo”, que permitiria uma expansão e relação através do sistema ibero-americano e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Na sua opinião, quase 800 milhões de pessoas no mundo estariam envolvidas neste espaço económico global que seria responsável por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo.

“Convergência Ibérica: Quo Vadis Iberia?” é uma reflexão académica que, para além de instar a avaliação e analisar esta possibilidade, faz uma revisão tanto do passado, como do presente e do “futuro” das relações ibéricas. Isto tudo através de quase 600 páginas.

Este livro oferece uma parte estruturada sobre os pilares humanísticos, com uma revisão geográfica, histórica, literária, linguística e política. Para além disto expõe questões de futuro “muito interessantes” nas questões políticas e legais. Além disso, oferece uma ampla monografia da caracterização socioeconómica dos estados ibéricos.

De la Macorra, partidário do “resgate de um iberismo do século XXI”, considera que um Conselho Ibérico seria uma boa plataforma para ter uma maior integração dentro da península e poderia servir como um canal para resolver algumas tensões surgidas nos últimos tempos na Espanha, mais especificamente o conflito catalão.

Neste sentido, a inclusão da Andorra seria estratégica, tendo o catalão como idioma oficial, compartilhado ao mesmo tempo com o espanhol e o português.

Questionado sobre as declarações do presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, acerca da união entre Espanha e Portugal para a criação de um “Iberolux”, De la Macorra ressaltou que o nome “não está muito correcto”, embora “esteja alinhado” com o tema do livro.

Cerca de cinquenta pessoas do corpo docente da UEx e de outras instituições, além de instituições e universidades portuguesas, participaram deste extenso e multidisciplinar livro, que pode ser baixado no site do TRAPÉZIO.

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