O presidente da Junta da Estremadura, Guillermo Fernández Vara, defendeu, na sexta-feira num encontro em Monfortinho (Portugal), o reforço da cooperação transfronteiriça para a geração de oportunidades.
O chefe do Executivo regional fez estas declarações durante a sua intervenção na Conferência do Interior, com o tema “Cooperação Territorial Europeia: a raia e as novas fronteiras do desenvolvimento”. Nesta também participaram a Comissária Europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, e a Ministra da Coesão Territorial do Governo da República de Portugal, Ana Abrunhosa.
Neste quadro, lembrou que a pandemia de Covid-19 obrigou ao encerramento das fronteiras, o que foi um “acto duro” do ponto de vista emocional para as regiões rurais “interiores” da Raia hispano-portuguesa. Tem-se favorecido a recuperação das relações territoriais entre as duas regiões porque “quando Espanha vai bem, Portugal vai bem” e vice-versa. Assim, anunciou que “pretendo convocar todos os presidentes de câmara, de ambos os lados da Raia, para que possamos trabalhar e nos abraçar novamente”. Também ressaltou que estes territórios transfronteiriços dispõem de “água, sol e terra que temos de cuidar. Dar segurança aos cidadãos, moderação salarial e, sobretudo, paz social”.
Fundos de Recuperação Europeus
Sobre a crise provocada pela Covid-19, Fernández Vara apelou à reflexão sobre a responsabilidade que temos neste momento excepcional e que nos obriga a “não só gerir bem mas também a acertar”, o que significa “tudo um desafio”, não só para a Europa como para as administrações públicas e para as gerações que estão à frente das instituições. Neste sentido, garantiu que a base fundamental dos Fundos Europeus de Recuperação permitirá “que esta década seja uma das mais importantes para as nossas vidas e também para os nossos países”, isto em relação a modernização.
Esses recursos também permitirão proteger e cuidar do meio ambiente para evitar que milhões de pessoas percam as suas casas, isto nos próximos 15 anos, devido ao degelo causado pelas mudanças climáticas. Por isso, defendeu a geração de uma geração de “consciência climática” e a mudança do modelo de vida actual para combater a poluição, porque “o progresso não pode ser feito com custos”, sublinhou.
Aceleração de Tendências
Fernández Vara sublinhou que a Covid-19 tem “indiscutivelmente” causado a aceleração de tendências relacionadas com “o valor do público, do colectivo, do essencial, impostos, orçamentos, governos e política, que é o melhor instrumento que o cidadão tem para ter um projecto de vida”, afirmou. Neste cenário de aceleração, tem defendido que neste quadro também intervém elementos relacionados com a mudança, o progresso e a sustentabilidade, “estamos perante uma grande oportunidade” para regiões como a Estremadura e o Alentejo.
Em relação a digitalização e a competitividade, afirmou que traz consigo “uma revolução” com a implantação da rede 5G na Estremadura, o que permitirá a todos os cidadãos ter as mesmas oportunidades, já que chega “ao mesmo tempo às zonas urbanas e rurais”. Na sua intervenção, também referiu a introdução do teletrabalho, modalidade que, garantiu, “veio para ficar” porque “os cidadãos não vivem de mapas mas sim de territórios”.
Por último, o presidente da Junta da Estremadura sublinhou que precisamos de uma Europa forte e unida que permita aos cidadãos europeus desempenhar “um papel no grande teatro do mundo que vivemos neste momento”.