Iberia, em estado de alarma. Conheça a situação em Portugal

Escolas fechadas e espaços comerciais de acesso restrito são algumas das medidas impostas pelo governo luso

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Depois de um encontro com os líderes dos diversos partidos e do Conselho de Ministros, António Costa surgiu em público para anunciar um conjunto de medidas para mitigar o avanço do Covid-19, pandemia que está a afectar mais de uma centena de país e que já infectou 130.000 pessoas.

Das medidas apresentadas pelo governo português para tentar conter esta situação, destaca-se o encerramento de todas as instituições de ensino, públicas ou privadas (algumas já tinham encerrado por terem contacto com casos positivos), até ao dia 9 de Abril, onde haverá uma nova análise a toda esta situação. Esta medida pretendem prevenir grandes ajuntamentos de pessoas em locais fechados. Esta medida de encerramento irá entrar em vigor a partir da próxima segunda-feira. As visitas aos hospitais, lares, missas e prisões também estão proibidas. Os cruzeiros estão proibidos a atracar nos portos nacionais. Apenas o poderão fazer para reabastecer ou para que cidadãos nacionais ou residentes em Portugal possam voltar ao país.

Para tentar prevenir esta situação ao máximo, os jogos da liga de futebol estão suspensos e haverá um controlo nas entradas de locais comerciais, como é o caso de restaurantes, centros comerciais ou supermercados (que estão a ficar com quebras de stock em produtos como o papel higiénico, as massas ou o álcool).

No nível económico, onde o sector do turismo (um dos mais importantes do país) já está a sofrer uma considerável queda, o executivo de António Costa anunciou uma linha de crédito de 200 milhões de euros para apoiar as empresas que sejam afectadas com esta situação. Para os país que tenham que ficar em casa com os filhos, o ordenado será pago em 66% e as pessoas que trabalhem a recibos verdes terão direito a baixa médica e mais tempo para pagar as contribuições. O teletrabalho está a ser encorajado a todos aqueles que o possam fazer nesta “luta pela sobrevivência”.

O presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa (que está em quarentena), exorta, a partir do site da presidência, a todos os portugueses a participarem nesta luta. A antiga líder do CDS, Assunção Cristas, e deputada da assembleia municipal de Lisboa, está de quarentena após ter estado em contacto com um caso positivo. Na Assembleia da República, esta continua a trabalhar mas apenas com os deputados. As visitas estão proibidas. Na Espanha, o Parlamento está fechado.

Este conjunto de medidas governamentais, que colocam o país em alerta, com as forças de segurança e protecção civil prontas a agir e um reforço dos meios digitais (já o serviço de Saúde 24 não está a dar resposta a todos os casos), é algo diferente do estado de “alarma” espanhol, onde se pode proibir a permanência de pessoas ou veículos em determinados lugares e a determinadas horas e onde pode ser feita o racionamento de bens de primeira necessidade. Sobre este tipo de bens, o governo português apenas pede a população que não corra aos supermercados para não haver uma situação de pânico infundada.

Estas acções governamentais, que tiveram o apoio de todos os partidos políticos, vêm no seguimento de duas situações que chocaram a opinião pública, que foi uma praia de Carcavelos e as respectivas esplanadas cheias (não existe nenhum facto científico que comprove que o sol e o ar do mar façam bem a este tipo de casos) e a Corona Party, que aconteceu num bar em Santa Maria da Feira e que foi parar às redes sociais por todos estarem a usar máscaras no rosto e haver uma ambulância do INEM na porta.

Em Portugal são 112 casos confirmados, estando a grande maioria no norte do país, em zonas como Felgueiras ou Lousada. 1308 casos suspeitos, 172 aguardam os resultados dos testes e 5674 estão em vigilância.

Aliás, as únicas regiões que até ao momento não registaram qualquer tipo de infectado são o: Alentejo, Açores e a Madeira. De todos os casos registados em território nacional, a grande maioria são de pessoas que já contrariam a doença no país. Destes, apenas uma pequena “fatia” esteve em zonas de risco, como é o caso da Itália, Espanha, Suíça, Áustria ou da Alemanha

No Hospital S.João, no Porto, que conta com metade dos internados, já se registou o primeiro caso curado. Trata-se de um homem, um dos primeiros casos registados em território nacional e natural de Felgueiras, que fez novamente o teste (por duas vezes) e contou com duas contagens negativas. Este infectado já teve alta e, segundo o presidente da câmara de Felgueiras, está “tranquilo mas cansado”.

No S.João já está montado um hospital de campanha para tentar responder a todas as necessidades. Especialistas acreditam que Portugal possa alcançar, no pior dos casos, a situação italiana na próxima semana.

Em Espanha, com 4.209 casos e 120 mortos (a grande maioria são de pessoas com mais de 80 anos), a cidade de Madrid está com as ruas quase desertas e locais públicos como ginásios ou discotecas estão fechadas. A nível governamental, e com duas ministras e o líder do VOX infectados, as reuniões governamentais estão a ser feitas por videochamadas e o parlamento fechou portas. Os reis de Espanha também foram testados para esta doença. Espera-se que tal como em Portugal, o executivo espanhol anunciou o estado de alarma para o combate contra o Covid-19, que demora 15 dias e é mais abrangente que no caso português.

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