Em Belém, onde a história da lusofonia espreita em cada uma das pedras da calçada e vielas vazias (anteriormente cheias) de turistas, muitos são os locais a visitar. Se a fábrica dos pastéis, com o seu cheiro a açúcar e canela, e o Mosteiro dos Jerónimos são dois dos postais turísticos de Lisboa, o jardim da Praça do Império leva-o para o imaginário dos castelos franceses. Para o ver de cima, e apreciar a sua geometria perfeita, nada melhor que aproveitar o alto do Padrão dos Descobrimentos para registar toda a sua beleza através de uma foto.
Este jardim, que liga o centenário Mosteiro ao Centro Cultural, tem uma área de 3,3 hectares e foi construído na antiga praia do Restelo, local de onde saíram Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama em direcção ao Brasil e a Índia. O jardim, que tem 81 anos, foi construído durante a II Guerra Mundial e foi inaugurado aquando da Grande Exposição do Mundo Português (evento ao estilo da exposição mundial que apresentou o melhor da portugalidade e celebrou os 300 anos da restauração da independência), relembra a geometria e os cuidados apresentados nos castelos franceses e alemães mas isto tudo banhado pelo plácido Tejo.
Quando entrar neste jardim não faça-o a correr. Caminhe com calma e, se possível, com um sumo de laranjas algarvias numa mão e um pastel na outra. Para este passeio use sapatos confortáveis pois vai ter que subir escadarias mas também há muitos locais para descansar com alguma sombra.
O jardim da Praça do Império, que tem no seu centro um belo e refrescante lago luminoso, tem vários brasões (30), feitos com buxos e flores, que representam os 18 distritos portugueses, os dois arquipélagos e antigas colónias (o que tem gerado controvérsia e pedidos de remoção). Neste traçado, com inspirações gregas e romanas, também tem o escudo português e várias cruzes de Cristo e Avis, as duas principais ordens militares que operaram no reino português.