Barrancos, que sempre fez a sua vida de «braço dado» com os vizinhos de Valencia del Mombuey e Encinasola, é uma das localidades portuguesas menos povoadas mas mesmo assim este pedaço do Alentejo, bem encravado na Raia, tem um «salero» bem especial.
Da cultura de Barrancos há muito que falar, como é o caso dos touros de morte (caso único no país) ou dos cantares alentejanos que também podem ser feitos em espanhol, mas o seu idioma é único, mesmo derivando das duas línguas mais importantes da Península Ibérica consegue viver de forma independente. O barranquenho foi registado pela primeira vez pelo linguista Leite de Vasconcelos na obra «Filologia Barranquenha», editada em 1955.
Esta língua, que mistura o espanhol com o português de sotaque alentejano, não «morreu» com os anos e foi o tema principal de um conjunto de actividades sobre este idioma minoritário em território lusitano e com uma complexidade sociolinguística única na Europa.
Num encontro, que foi transmitido pela página de Facebook da Câmara Municipal, um conjunto de especialistas abordou o futuro da língua materna de Barrancos. O abc do barranquenho, os cantares e até mesmo a presença nas plataformas digitais, permitindo que esta língua sobreviva a mudança de gerações e ultrapasse as fronteiras do castelo de Noudar, foram alguns dos pontos de destaque deste serão.
O Dia Internacional da Língua Materna a 21 de Fevereiro e visa promover, preservar e proteger as diversas línguas mundiais.