A Foz e as Fontainhas perderam o colorido, os concertos não se ouviram na Avenida dos Aliados e os fogos-de-artificio não uniram Porto e Gaia. A noite mais longa do ano a Norte foi diferente do habitual. As poucas pessoas que andaram pela rua encontraram pouco mais que a polícia que patrulhava a cidade para garantir que não haveriam ajuntamentos. É que para além de ser a noite de São João, o grande padroeiro da cidade, houve dérbi na Invicta e como tal o medo de grandes confusões era uma preocupação dos presidentes de câmara das duas cidades.
Sem as comemorações de outros anos, o silêncio imperou junto do Douro. As poucas pessoas que saíram às ruas e foram até aos restaurantes para poderem comer a típica sardinhada. Isto até antes da meia-noite. Uma ou outra aparelhagem ainda tentava animar os locais mas o espírito era de tudo, menos de um São João. Sem martelinhos ou alho-porro, as vendedoras de mangericos estavam nas ruas mais para conversar com os poucos que passavam do que fazer negócio. Os negociantes não se lembram de um dia assim e alguns deles compararam mesmo a noite mais longa do ano a um “velório”.
Com um São João feito em casa, o «convite ao Porto» foi para que ficasse em casa e soltasse os balões das respectivas varandas. Foi a partir dai que os grelhadores fizeram os seus grelhados, as garrafas de vinho foram abertas e que se tentou sentir, nem que fosse apenas um pouco, aquele que é o verdadeiro espírito do Porto. Os vizinhos uniram-se nos espaços comuns para juntos fazerem os seus próprios arraiai e com a esperança que no futuro a festa seja feita, com saúde, e a dobrar.