Daniel Chapo assumiu, oficialmente, a presidência da república de Moçambique. A tomada de posse aconteceu com uma segurança apertada e com a presença de representantes internacionais, incluindo o presidente da Guiné-Bidsau o MNE de Portugal, Paulo Rangel. Esta tomada de posse foi boicotada pelos máximos representantes de vários países, incluindo Portugal que deixou não enviar nem o seu presidente nem o seu PM. O representante português foi acusado por Mondlane de manipulação por ter afirmado ter falado com o Vaticano para ajudar a manipular a atual situação, algo que o líder da oposição, Venâncio Mondlane, afirma não ter acontecido. E que Portugal tem lavado as mãos da atual situação tal como «Poncios Pilatos».
Mesmo apesar das críticas, Rangel anunciou que pretende se encontrar com Venâncio Mondlane antes de voltar para Portugal. Mondlane pretende continuar com os protestos apesar da tomada de posse e do líder do seu partido, o Podemos, pretender seguir uma via mais institucional.
A tomada de posse aconteceu na Praça da Independência, em Maputo, perante 2500 convidados. Estes fizeram um minuto de silêncio por todos os que perderam a vida em Moçambique. Ao mesmo tempo que a tomada de posse estava a acontecer continuavam os distúrbios nas ruas com mortes, disparos por parte da polícia mas menos violentos do que se esperavam. O que se ouve nas ruas é que Moçambique não é uma democracia, pelo menos não como os europeus estão habituados pois só ganha um partido e existe uma alta repressão policial. Mas como Moçambique chegou a esta situação?
No seu primeiro discurso como presidente efetivo, Daniel Chapo afirmou querer colocar o «povo no centro das decisões» para ajudar a desenvolver um país que atualmente é um dos mais pobres do mundo. Cabo Delgado habitualmente faz manchetes noticiosas devido aos ataques levados a cabo pelas organizações terroristas.
O novo chefe também lembrou a necessidade que o país tem de se unir (atualmente está extremamente polorizado) para alcançar uma estabilidade social e política. “Hoje iniciamos juntos uma era para Moçambique e uma nova era. Este não é apenas o início de um mandato, mas de uma jornada que nos desafia a construir o futuro que sonhámos”, afirmou Daniel Chapo. O presidente anterior, Nyusi, falou sobre esperança. Uma nova esperança.
Moçambique nunca teve nenhum presidente que não fosse da Frelimo. Chapo, da Frelimo, é o quinto presidente de Moçambique e o primeiro a nascer após a independência, que aconteceu há precisamente cinquenta anos. A 23 de Dezembro, Daniel Chapo, 48 anos e formado em direito, foi proclamado pelo Conselho Constitucional como vencedor da eleição presidencial, com 65,17 por cento dos votos. A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró-Mondlane — candidato que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24 por cento dos votos, mas que reclama vitória e nega a possibilidade de poder fazer parte de um futuro governo de Daniel Chapo. Nem todos os deputados eleitos já tomaram posse.
Apesar de longe, Portugal tem seguido tudo o que tem acontecido em Moçambique de perto.