O álbum «Ibéria 20/22», de Manuel de Oliveira, venceu o Prémio Carlos Paredes 2023. Este prémio foi entregue também a Carlos Alberto Moniz. Para o júri, os discos lançados no último ano pelos dois músicos têm paralelismos e, por isso mesmo, têm um cariz histórico. O facto de haver dois primeiros classificados é algo que, segundo o júri, será impossível de acontecer.
O júri deste prémio foi presidido pelo poeta José Jorge Letria. A escolha deste álbum aconteceu porque «de repente não é só a Ibéria é a Ibéria como entidade hospitaleira de uma universalidade». Na música de Oliveira podemos encontrar palavras-chave como: fronteira, território ou identidade. A sua música pretende, a uma só voz, recriar um território ou uma identidade único que muitos pensam estar perdida. Esta é uma metamorfose existencial vivida pelo guitarrista que tem uma obra singular e distinguida pelos seus pares.
O disco «Ibéria 20/22» é o segundo disco saído deste projeto que assinala os 20 anos de carreira do músico e compositor português. O projeto «Ibéria» é uma parceria que Manuel de Oliveira tem com os músicos espanhóis Jorge Pardo e Carles Benavente, dois dos fundadores do sexteto de Paco de Lucía. O anterior disco foi apresentado em dois concertos que aconteceram em Guimarães e em Coimbra. Ainda durante este ano vão acontecer em Portugal mais dois concertos do projeto «Ibéria» com orquestra sinfônica. A 4 de Maio, com um quinteto, será apresentado o disco «Ibéria 20/22» na Casa das Artes de Famalicão.
Este prémio, que é atribuído pelo município de Vila Franca de Xira, é uma forma de homenagear o virtuoso da guitarra portuguesa. O objetivo deste prémio, que é atribuído desde 2003, pretende distinguir o trabalho discográfico de músicos instrumentais que não se dediquem a música erudita. A fadista Carminho foi distinguida com este prémio em 2013.
