O atual conflito na Ucrânia, e que coloca em alerta vermelho toda a Europa de Leste, pode beneficiar a península Ibérica. Segundo um estudo publicado pela consultora espanhola Auxadi, o imobiliário português e o espanhol podem sair beneficiados pela paragem dos negócios nas zonas de conflito. Segundo a Auxadi, a paragem nos fundos imobiliários pode levar a que os investimentos que já estavam a ser feitos sejam levados para outras latitudes.
Para Víctor Salamanca, CEO desta consultora, ainda é cedo para tirar grandes conclusões mas os fluxos de investimentos podem ser levados para outras zonas menos expostas a guerra, como é o caso de Portugal, Espanha ou da América latina. Mesmo com uma guerra ativa no continente, 82% dos gestores que participaram neste estudo veem o investimento na Europa como provável ou muito provável dentro de cinco anos.
Este é o período que deverá ser necessário para que o mercado do imobiliário europeu recupere tanto do impacto provocado pela pandemia como pela atual situação na Ucrânia. Este conflito bélico e as sanções económicas impostas vão ter repercussões diretas na captação de investimentos estrangeiros. A desvalorização dos bens imóveis podem ocorrer. O segmento da logística e industrial é tido como aquele que mais rápido recuperará, com 74% das preferências, sendo seguido de perto pelo retalho (72%) e pelo hoteleiro (70%).
Nos últimos anos, a Rússia tem tido um papel importante no investimento imobiliário graças aos Visto Gold. Este é um dos cinco países que mais investem em Portugal. Os outros são: Brasil, Turquia, China e a África do Sul.