Auditório do Instituto Cervantes recebe a apresentação do livro Lisboa do Desassossego

Obra, que faz parte de uma colecção, reúne cerca de 500 textos de Pessoa sobre a cidade das sete colinas

Comparte el artículo:

O Auditório do Instituto Cervantes de Lisboa foi o local escolhido para a apresentação do livro dedicado a Pessoa e a cidade de Lisboa que faz parte da colecção Poetas e Cidades, da editora Pandora. A apresentação na capital portuguesa contou com a intervenção não só do autor desta obra mas também do seu editor, o sevilhano Pedro Tabernero.

O livro Lisboa do Desassossego conta com textos de Fernando Pessoa. O poeta português, que chegou a trabalhar como tradutor ou publicitário, foi uma das principais figuras literárias do século XX. Fernando Pessoa (criado na África do Sul) é, provavelmente, o nome mais universal de toda a literatura portuguesa. Pessoa participou em conhecidas revistas vanguardistas, como é o caso de Orpheu ou Atena.

Pessoa, o homem das “mil facetas”

Pessoa, que tinha 70 heterónimos e cartas astrológicas para todos eles, teve na Mensagem (poema épico com várias linhas em comum com os Lusíadas) a sua primeira obra editada em português. Aliás, Pessoa afirmava que a “sua pátria é a língua portuguesa”. Este livro, tal como outros que fazem parte desta colecção, apresenta uma selecção de textos escritos por Pessoa sobre a capital portuguesa.

Uma cidade de escritores e que serviu como de musa de inspiração para o homem que tem a sua estátua em frente do café Brasileira do Chiado. O livro Lisboa do Desassossego é composto por mais de 500 fragmentos de textos escritos entre 1912 e 1935, ano que morre precocemente com apenas 47 anos. Estes textos foram traduzidos por Manuel Moya. No seu último texto, que foi escrito em inglês, queixa-se por “não saber o que o amanhã trará”.

Estes textos estão acompanhados por pinturas de Manuel Maqueda que relembram o espírito pessoano. Um autor brilhante e único. O livro dedicado a Pessoa tem prólogos de Fernando Cabrita, Manuel Moya ou Ramón Pérez Montero. Cabrita lembra que a Lisboa do desassossego é a cidade que Pessoa vê pela primeira vez depois de ter passado vários anos no estrangeiro. Uma vida citadina que se extendia de Benfica até Cascais. Depois de ter abandonado o Tejo ainda menino, quando volta ve uma capital agitada comparando com um país adormecido num passado que não volta mais. Já Manuel Mora acredita que o Livro do Desassossego é um “catálogo de sensações, pensamentos”.

Noticias Relacionadas