«Barcelona Gótica» até dia 6 de agosto no Museu Nacional de Arte Antiga

A coleção de pintura catalã dos séculos XIV e XV é “o maior empréstimo alguma vez feito” pelo Museu Diocesano e pela Catedral de Barcelona

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Até ao próximo 6 de agosto, dia em que terminam as Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa, estará patente no Museu Nacional de Arte Antiga a exposição Barcelona Gótica: Obras do Museu Diocesano e da Catedral de Barcelona. Um conjunto de 30 pinturas góticas, maioritariamente sobre madeira, que retrata um “período de excelência da cultura visual da Catalunha”, descreve o diretor do museu português, Joaquim Caetano.

Mas esta coincidência do fim da exposição com o evento religioso que acolherá milhares de pessoas já a partir da próxima semana não é um mero acaso. “Foi até um pedido do próprio cardeal arcebispo de Barcelona, que manifestou interesse em convidar os seus colegas presentes para esta exposição, composta essencialmente por obras da catedral” que preside, revela o responsável.

A seleção está dividida em oito núcleos, desde a influência italiana na pintura gótica catalã, que se completa com a influência flamenga, à “relação permanente” entre Barcelona e Portugal. “Em termos históricos, é uma relação muito evidente”, destaca Caetano, “sobretudo pela troca em casamentos logo desde a filha do segundo rei de Portugal, D. Sancho I, com o rei de Aragão”, passando pela rainha “Santa Isabel [de Aragão] que casou com D. Dinis”. Uma intensa teia de “relações políticas” que culminou “em D. Pedro de Portugal, o Condestável, como rei” aragonês e num quadro atual de cooperação “no âmbito europeu e peninsular”.

“Esta é uma oportunidade única”, denota ainda, para conhecer algumas obras habitualmente em espaços “que não são visitados pelo público”. Com outra vantagem: a possibilidade de “confrontá-las” com a coleção permanente do museu. “Destaco os Painéis de São Vicente de Fora, talvez o nosso maior projeto de restauro”, lembra. “Uma obra fundamental da pintura portuguesa do século XV que ganha ênfase quando comparada com esta produção também ibérica”.

Com reações “muito positivas” da parte de quem já visitou a coleção, garante Joaquim Caetano, esta exposição serve como “preâmbulo” do próximo projeto do museu, que será “uma mostra de 100 obras da pintura espanhola existente nas coleções portuguesas”, compreendidas “entre a Idade Média e o Romantismo”. A exibição, explica, será ainda dedicada “ao outro lado da Península” no contexto da presidência espanhola da União Europeia.

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