Casa Fernando Pessoa recebeu a apresentação de uma biografia sobre o mais universal dos poetas portugueses

A biografia de Fernando Pessoa, da autoria de Manuel Moya, tem tido bastante aceitação nos dois lados da fronteira

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A Casa-Museu Fernando Pessoa, a última morada do maior poeta português do século XX no bairro de Campo de Ourique, recebeu a apresentação do livro Pessoa, o homem dos sonhos, de Manuel Moya. Lisboa é uma cidade tanto de leitores como de escritores. Por entre livrarias podemos encontrar a estátua de Fernando Pessoa em frente do café Brasileira do Chiado ou sentar na mesa que usava todos os dias no Martinho da Arcada, local onde se sentava todos os dias para beber uma ginjinha antes de ir trabalhar.

O escritor Manuel Moya, com obras traduzidas também para o português, também é tradutor e trabalhou obras de inúmeros nomes lusófonos conhecidos, como é o caso de Mia Couto, José Saramago e o próprio Pessoa. Se as obras literárias são jóias, estes são três dos maiores “joelheiros” que a literatura  lusófona teve no último século. Manuel Moya é um pessoano convicto e já traduziu diversos textos tanto do poeta como dos seus  inúmeros heterónimos.

A apresentação, que aconteceu em espanhol no auditório deste espaço, aconteceu com o apoio do Instituto Cervantes de Lisboa. Presentes na plateia, repleta de “amantes” pessoanos, estiveram os responsáveis pelo Instituto em Lisboa e pela Câmara do Comércio Hispano-Lusa. Os pessoanos não têm línguas nem fronteiras  físicas. Pessoa afirmava que a “sua pátria é a língua portuguesa”.

Fernando Pessoa, o poeta universal

A biografia, que recentemente foi editada em Espanha e tem tido boa aceitação, tem o carimbo da editora de Barcelona subsuelo. É uma das melhores biografias escritas em espanhol sobre o autor. Esta nova biografia pretende responder, em pleno ano de 2023, às mensagens passadas tanto por Pessoa como pelos seus heterónimos. Em cada um dos poemas somos presenteados com inúmeras emoções. Vinha de uma família lisboeta importante e teve uma educação britânica. Como foi criado em Durban, na África do Sul, começou a escrever em inglês e as suas últimas palavras foram mesmo na língua de Shakespeare. Antes de morrer, Pessoa admitiu “não saber o que o amanhã trará”.

Pessoa tinha uma imaginação genial e criou personalidades e cartas astronómicas para todos os seus heterónimos. Pessoa participou em conhecidas revistas vanguardistas, como é o caso de Orpheu ou Atena. Esta biografia relata e reflecte sobre a curta mas preenchida vida de Fernando Pessoa. Para Manuel Moya, Pessoa fracassou em tudo menos na palavra. Também lembrou que as mulheres foram muito importantes na vida de Pessoa. “Vemos com muito entusiasmo esta apresentação pois os leitores espanhóis assim poderão conhecer um pouco mais sobre Pessoa”, afirmou a responsável pelo espaço dedicado ao poeta.

Este museu foi criado em 1993 e tem como destaque uma biblioteca com as obras do poeta e os livros lidos por ele. O espanhol é uma das  línguas de trabalho deste museu e em breve será possível fazer visitas na língua de Cervantes. Tanto Pessoa como Cervantes são cúmplices no delito da literatura. O director do Instituto, Iñaki Abad, reforçou a importância desta apresentação pois a mesma vai “complementar a imagem que temos de Pessoa em Espanha”.

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