Cinema lusófono e ibero-americano marca presença no festival Márgenes

A 13.ª edição do festival internacional de cinema de Madrid conta, na sua programação, com filmes e autores de Portugal e do Brasil

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A partir desta sexta-feira (24) e até ao dia 3 de dezembro, o cinema independente marca um lugar privilegiado na agenda cultural de Madrid. A 13.ª edição do Márgenes – Festival Internacional de Cinema traz a vários espaços da capital espanhola, como a Cineteca Matadero e o Cine Doré, a exibição de longas e curtas-metragens, nacionais e internacionais, sessões especiais, encontros com autores, entre outras atividades.

Este ano, a secção Oficial reúne algumas das obras-chave da temporada internacional, combinando o talento emergente com realizadores consagrados. Entre os nomes em competição estão Bas Devos, Ion de Sosa, Radu Jude, Eduardo Williams, Anthony Lapia e Pedro Costa. O último da lista, realizador português, apresentará o seu trabalho mais recente, «As Filhas do Fogo», também selecionado para a última edição do Festival de Cannes.

Na secção principal destaca-se também «Nocturno Para uma Floresta», da portuguesa Catarina Vasconcelos, que participou com o mesmo filme no último Festival de Locarno. A brasileira Vera Egito, por seu turno, apresentará «A Batalha da Rua Maria Antônia», que aborda o contexto do movimento estudantil do seu país em 1968. Nota ainda para «El Auge del Humano 3», uma coprodução entre países como Argentina, Brasil, Portugal e Perú, realizada pelo argentino Eduardo Williams.

A protagonizar a edição deste ano estão também duas autoras: Sharon Lockhart e Claudia Costafreda. A primeira, artista e cineasta norte-americana que trabalha com fotografia e animação, apresenta no festival a primeira retrospetiva em Espanha do seu trabalho, aproveitando para se encontrar com o público no dia 28. Enquanto a segunda, autora de curtas como «Néboa» e «Benidorm 2017» e argumentista da série «Veneno» de Javier Calvo e Javier Ambrossi, vai receber o Prémio Márgenes Futura pelo seu “contributo à renovação” do formato de série e por “levar à televisão a linguagem cinematográfica e uma visão autoral”, justifica a organização no website do festival.

Na secção «Escáner», dedicada ao cinema espanhol mais arriscado e habitualmente afastado do circuito comercial, salienta-se o trabalho de autores emergentes e experientes das várias regiões do país, desde a Galiza ao País Vasco e à Catalunha. Já a mostra panorâmica «MRGente», dedicada aos novos talentos, põe o foco em artistas e coletivos que trabalham em Madrid.

Paralelamente à programação fílmica, o festival madrileno promove ainda o «Márgenes/Work», um programa de desenvolvimento e produção de projetos para apoiar e juntar criadores e produtores de Espanha, Portugal e América Latina. Na 9.ª edição deste laboratório, participam projetos selecionados por convocatória pública, provenientes não só de Espanha como também de Cuba, Perú, Brasil, México e Costa Rica.

O Márgenes – Festival Internacional de Cinema é organizado pela produtora de eventos culturais e distribuidora River Lab e pela associação cultural Cine en Ruta. Além do certame internacional e do laboratório de ideias, o projeto contempla ainda a distribuidora Márgenes Distribución e um catálogo virtual com filmes do espaço ibero-americano e outros países.

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