Estudo aponta o anticiclone dos Açores como o principal culpado pela seca na península Ibérica

Fenómenos extremos têm aumentado nos últimos séculos e a falta de água tem colocado em causa a agricultura e o turismo

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Um relatório, publicado pela revista Nature Geoscience, indica que a península Ibérica está com o clima mais seco dos últimos 1200 anos, já que a época das chuvas se concentra no inverno. E mesmo assim a precipitação registada é 33% inferior a habitual nos meses mais frios. Isto é explicado pelo anticiclone dos Açores, que tem bloqueado as baixas pressões vindas do oceano.

Estas frentes chuvosas têm sido levadas para o norte da Europa, em especial para o Reino Unido e a Escandinávia. O modelo climatérico apresentado vai de 850 até 2005. Antes da revolução industrial, o anticiclone dos Açores acontecia apenas uma vez em cada dez anos. O anticiclone tem sido mais comum nos últimos quarenta anos, tal como as temperaturas cada vez mais elevadas que são sentidas em território ibérico.

Para reverter esta situação é defendido um corte das emissões de carbono na sua totalidade. Em junho, a região de Zamora enfrentou os piores incêndios da sua história. Segundo os investigadores, esta situação acontece tanto devido às alterações climáticas como por causa da ação do ser humano. De acordo com os responsáveis por este estudo, que provém de várias universidades norte-americanas, só no último século houve 15 eventos climatéricos extremos ligados a este anticiclone. Nos últimos 11 séculos a média foi de apenas 10.

O rio Tejo pode, segundo os ambientalistas, pode secar por completo. A falta de chuva tem levado a grandes prejuízos tanto para a agricultura como para o turismo de Portugal e de Espanha. Algumas cidades eslovenas já estão a racionar água, mas o governo português garante ter o consumo humano garantido para os próximos dois anos. Em Trás-os-Montes foi anunciado um corte de água durante a noite para combater os desperdícios e 97% do território português está numa situação de seca severa.

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