19/05/2025

Maior defesa sem esquecer o Estado social foi defendida por António Costa em Estrasburgo

No Foro de La Toja, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu Portugal e Espanha no "coração" da nova defesa europeia

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Em Estrasburgo e em bom português, António Costa, o presidente do Conselho Europeu, lembrou que «escolha entre investir em defesa e em coesão social é errada». A ideia não é por ser o 1° de Abril e reforça que a paz sem defesa é impossível. E que é urgente reforçar o investimento na defesa. Esta ideia já tinha sido defendida junto dos meios de comunicação social portugueses. Para Costa, a «UE nunca se poderá conformar com qualquer tipo de ameaça externa».

Mesmo com um Governo provisório, já que o país vai a eleições em Maio, para Luís Montenegro um cluster da indústria da defesa em Portugal não seria uma «despesa mas sim um investimento». A estabilidade do país, apesar das futuras eleições, pode ajudar a atrair empresas estrangeiras para o país. Como é o caso da brasileira Embraer que produz os aviões que vende para a Europa em Portugal. O ministro da Economia considera que o país tem «na indústria da defesa uma oportunidade de ouro». A indústria da defesa vale 1,6% do PIB português, mais do que a Autoeuropa (a fábrica é considerada um dos pulmões da economia lusa). O país já está a investir em projetos com alto valor acrescentado, de olhos na guerra 5.0 (a digital). Apesar disto, e num hipotético caso de alguém querer lançar mísseis sobre a Assembleia da República, Portugal não tem um sistema capaz de repelir este ataque. Nos últimos dez anos, Portugal cortou mais de três mil milhões de euros em Defesa.

No Foro de La Toja, em Lisboa, o presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que a Europa deve ter «uma defesa própria» (a França pretende enviar uma força de paz europeia para a Ucrânia em caso de cessar-fogo) com Portugal e Espanha no «núcleo duro». Os dois países costumam fazer exercícios conjuntos regularmente. Para o presidente, estamos numa «fase decisiva» não só na Europa mas num mundo cada vez mais fraccionado com Trump a querer «tirar o apoio» ao grupo europeu. Devido a isto, o ministro da Defesa de Portugal, Nuno Melo, já avançou que Portugal não vai renovar a sua frota de F-16 com o fabricante americano. Um antigo representante português na NATO lamentou que o país faz «chico-espertices» para evitar gastar mais na Defesa apesar de o novo secretário-geral desta organização, Mark Rutte, ter pedido que Portugal gaste 2% do PIB em defesa já este ano.