Novo Governo de Costa traz mais mulheres e uma maior força do Partido Socialista

Executivo mais pequeno aponta o foco para o desenvolvimento e os fundos europeus

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Dois meses e uma recontagem eleitoral depois, António Costa apresentou o seu novo Governo. O Executivo, que será o XXIII da democracia portuguesa, terá 17 ministros e pela primeira vez haverá mais mulheres (9) do que homens com as pastas de governação do país. Todos ficaram a trabalhar na antiga sede da Caixa-Geral de Depósitos. O Governo tomará posse a 30 de Março.

Este Governo tem cinco dos possíveis candidatos a uma futura sucessão de António Costa, que para além de primeiro-ministro vai ficar com a pasta dos assuntos europeus. Augusto Santos Silva sai de cena para a presidência da Assembleia da República e o antigo presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, será o encarregue do ministério das Finanças. Medina, que tem um perfil mais político do que técnico, é um dos delfins de Costa e vai ter que conciliar o controlo das metas orçamentais e a reputação de Portugal nos mercados externos.

A número 2 do Governo e uma das candidatas a sucessão de Costa será Mariana Viera da Silva. A vice-primeira-ministra, mesmo sem o título formal, é a mais jovem do Governo e será uma das responsáveis pelos fundos. O novo ministro dos Negócios Estrangeiros, e anterior detentor da pasta da defesa, é o João Gomes Cravinho. Antes de formar o Governo de Costa foi embaixador da União Europeia no Brasil. Catarina Sarmento e Castro é a nova ministra da Justiça e como secretária de estado foi responsável pela criação do Estatuto dos ex-combatentes.

Portugal terá a primeira mulher a frente das Forças Armadas

Pela pela vez Portugal vai ter uma mulher a frente da defesa nacional. Helena Carreiras, professora universitária, será a responsável pela pasta que desde o início da guerra na Ucrânia ganhou uma nova importância. Elvira Fortunato, ministra do Ensino Superior, é um dos nomes surpreendentes do novo Governo. A cientista tem-se destacado na área da electrónica em papel e transparente e é considerada pela Presidência da União Europeia uma das 27 mulheres inspiradoras.

José Luís Carneiro, antigo secretário de Estado das Comunidades, ficará como ministro da Administração Interna. Este cargo foi de um dos ministros mais contestados do anterior Governo, Eduardo Cabrita. João Costa, antigo secretário de estado, é promovido a ministro da Educação e terá como principal função combater a falta de professores existente em todo o país.

Graça Fonseca sai da pasta da cultura. Esta será ocupada por Pedro Adão e Silva, que há 9 meses foi nomeado responsável pelas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e é uma presença assídua nas televisões. Ana Catarina Mendes será a ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares e vai ser a responsável pelo desporto e pela migração, dois assuntos de suma importância para o Executivo.

Duarte Cordeiro chega ao Governo após sucesso eleitoral

Duarte Cordeiro, o responsável pela vitória socialista nas últimas eleições, será o ministro do Ambiente. António Costa Silva, o responsável pela criação do Plano de Recuperação e Resiliência, será o novo ministro da Economia e do Mar. O engenheiro de petróleos de 70 anos nasceu em Angola e aponta para mais investimentos e um crescimento económico que coloque o país num outro patamar.

No Governo mantém-se: Marta Temido, ministra que destacou-se na gestão da crise pandémica; Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho que deverá propor uma revisão da legislação laboral; Pedro Nuno Santos, poderá ser o governante que fez dos comboios um meio de transporte moderno; Ana Abrunhosa, vê os seus poderes reforçados como ministra da Coesão e terá como função continuar o processo de descentralização e Maria do Céu Antunes continua com a agricultura.