Novo Parlamento não consegue eleger presidente na terceira vez. PS apresenta o candidato Francisco Assis

Aguiar-Branco falha eleição como presidente da Assembleia da República Portuguesa, algo que não acontecia desde 2011

Comparte el artículo:

À segunda volta, nem PSD nem PS conseguiram eleger um presidente da Assembleia da República. Em 230 deputados, José Pedro Aguiar-Branco registou 88 votos, Francisco Assis obteve 90 votos, e houve 52 votos brancos, anunciou António Filipe, presidente provisório da Mesa da Assembleia da República. Hoje podem ser apresentadas candidaturas até às 11h00 e a sessão plenária reúne-se às 12h00 para novo acto eleitoral, acrescentou o deputado comunista. No remate da sua mensagem, António Filipe gracejou: «Apesar da minha inusitada permanência em funções não vou pernoitar na residência oficial».

Candidato da AD precisava de 116 votos

Depois dos votos contados, os novos deputados eleitos já tomaram os seus lugares na Assembleia da República Portuguesa. Esta é a décima sétima legislatura desde a volta da democracia ao país. São 230 os deputados eleitos, 4 pelos círculos internacionais. Neste primeiro dia, que contou com a presença de Luís Montenegro (que ainda não anunciou a composição do novo governo), deveria ser votado o presidente deste órgão e segunda maior figura do estado português, apenas atrás de Marcelo Rebelo de Sousa.

Cada um dos maiores partidos políticos têm direito a apontar um nome para a vice-presidência da Assembleia, como aponta a Constituição. A presidência, que esteve nas mãos de Augusto Santos Silva, costuma ficar com o partido mais votado. Tal como foi explicado logo no início da sessão de votação, presidida pelo deputado do PCP António Filipe (é o que mais tempo tem de «casa»), o PS é quem tem mais deputados próprios, 77. Os 79 da AD são conseguidos somando os 2 eleitos pelo CDS, que desta forma regressou ao parlamento sobre o olhar emocionado de Paulo Portas.

O único candidato à presidência, Aguiar-Branco, chumbou nesta primeira votação. Foi publicado um acordo que os deputados do PSD e os do Chega votariam nos candidatos apresentados pelo outro partido para os cargos de presidente e de vice da Assembleia da república portuguesa. Algo que não acontecia desde 2011, com Fernando Nobre. A candidatura de Aguiar-Branco foi retirada. Para ser eleito presidente são necessários 116 votos a favor.

A votação de Aguiar-Branco era vista como certa já que muitos pensaram que o Chega iria votar no social-democrata. Em seu lugar, este grupo parlamentar deveria aceitar Diogo Pacheco Amorim, do Chega, para uma das vice-presidências (Marco Perestrello, do PS, deveria ficar com a outra). Esta não é a primeira vez que o Chega apresenta este candidato e o mesmo é vetado pelas ligações que tem, no sei passado, a grupos com ligações terroristas.

Só que a AD e o Chega parecem não ter chegado a acordo, mostrando uma primeira fissura neste novo parlamento. Eurico Brilhante Dias, do PS, lembrou que o primeiro acordo da direita «foi rasgado em menos de 24 horas». Na chegada ao parlamento,, Montenegro cumprimentou todos os líderes parlamentares, deixando Ventura para último. Sinal desta fissura?

José Pedro Aguiar-Branco teve 89 votos a favor, 115 contra e sete nulos. «Se não é não, entendam-se com o PS», afirmou Ventura aos jornalistas depois do chumbo a Aguiar Branco. Ainda durante a manhã, o IL e a AD lançaram um comunicado conjunto onde explicaram que o partido de Rui Rocha não vai fazer parte de um futuro governo (ainda não se sabe o nome de possíveis ministros), que vai tomar posse no dia 2 de Abril. O IL aponta que o chumbo a Aguiar Branco é o primeiro ato da ligação parlamentar entre o PS e o Chega.

Noticias Relacionadas